Jair Bolsonaro tem um novo empreendimento. Ele e seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), se tornaram sócios em uma empresa aberta recentemente para explorar grafeno, um material de carbono proveniente do grafite, com apenas um átomo de espessura, que segundo estudos pode ter aplicações tecnológicas, como criação de baterias menores e mais eficientes.
Trata-se da startup Bravo Grafeno Tecnologia e Inovação LTDA, registrada na Junta Comercial do Distrito Federal em 11 de junho deste ano. Além de Jair e Flávio, constam como sócios da empresa um assessor parlamentar de Flávio, Fernando Nascimento Pessoa, o empresário Maichel Chiste e o ex-candidato a deputado distrital Pedro Leite (Podemos).
Segundo o registro, a atividade principal da empresa é "comércio a varejo de peças e acessórios novos para motocicletas e motonetas". Além de usos tecnológicos para baterias, o grafeno, em tese pode ser usado no setor bélico.
Em nota enviada ao site O Antagonista, que noticiou a criação da empresa, Flávio Bolsonaro disse que "acredita no potencial" do grafeno.
“Jair Bolsonaro é uma espécie de embaixador do grafeno, pois foi pioneiro em dar visibilidade para os benefícios singulares desse mineral abundante no Brasil e sempre acreditou na capacidade dos pesquisadores brasileiros nesse segmento. Por acreditar no potencial do grafeno, está entusiasmado em fazer parte da empresa, o que muito nos honra”, declarou o senador.
Bolsonaro sempre foi obcecado pelo grafeno. Defende o material desde seus tempos de deputado e, durante seu governo, tentou facilitar a exploração no Brasil ao criar Programa de Inovação em Grafeno. A iniciativa, entretanto, não foi para frente.
Grafeno nos testículos
Em junho de 2023, Jair Bolsonaro disparou uma fake news inacreditável: durante uma live feita pelo senador Marcos Ponte (PL-SP), ex-presidente disse que a vacina da Pfizer contra a Covid-19 com RNA mensageiro faz "acumular grafeno nos testículos e nos ovários”.
"Agora vocês vão cair para trás. A vacina de RNA tem dióxido de grafeno. Onde ele se acumula segundo a Pfizer, que eu fui ler aquele trem lá, no testículo e no ovário. Eu li a bula”, havia disparado o ex-mandatário,
Depois, com medo da Justiça, Bolsonaro pediu desculpas pela declaração.
"Em relação a uma conversa no dia de ontem, na cidade de Jundiaí (SP), sobre a existência de óxido de grafeno na vacina de tecnologia mRNA, houve um equivoco da minha parte. Como é de conhecimento público sou entusiasta do potencial de emprego do óxido de grafeno, por isso inadvertidamente relacionei a substância com a vacina, fato desmentido em agosto de 2021. Mais uma vez lamento o falado e peço desculpas".