VIOLÊNCIA

Líder da igreja evangélica Bola de Neve sofre novo revés na Justiça

O pastor Rinaldo Pereira enfrenta uma série de graves acusações e foi afastado de suas funções da instituição religiosa

Líder da igreja evangélica Bola de Nove sofre novo revés na Justiça.Créditos: Reprodução redes sociais
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O líder da igreja evangélica Bola de Neve, o pastor Rinaldo Pereira, sofreu novo revés nesta quinta-feira (11), quando a Justiça de São Paulo determinou que o líder religioso entregue todas as suas armas no prazo de 48 horas. Segundo sua defesa, o religioso teria a propriedade de uma pistola.

Conhecido como apóstolo Rina, o líder da Bola de Neve responde por uma série de acusações de agressão contra sua esposa, a pastora e cantora Denise Seixas, que conseguiu uma medida protetiva contra o marido após revelar casos de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação.

Por sua vez, o líder da Bola de Neve, Rinaldo Seixas, nega "qualquer prática de violência e confia na apuração isenta e técnica de todos os fatos pela Polícia Civil e Ministério Público".

Em nota enviada à reportagem, a defesa do religioso criticou a abordagem dos meios de comunicação a respeito do caso e esclareceu sua visão sobre os fatos noticiados.

"A defesa do apóstolo Rinaldo Seixas não se opõe à apresentação da arma de propriedade do religioso — e não 'armas', no plural, como equivocadamente chegou a ser noticiado. Frisa, ainda, que a pistola está registrada e guardada num cofre de um clube de tiro, tem todos os documentos atualizados e será apresentada conforme a decisão judicial. A existência da arma em nada interfere nas investigações em curso, que comprovarão serem falsas as acusações contra o religioso, como aliás já ficou demonstrado numa série de depoimentos", diz a nota.

Os escândalos da Bola de Neve e seu líder 
 

A pastora Denise Seixas obteve uma medida protetiva contra o marido, Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, conhecido como o apóstolo Rina, líder e fundador da Igreja Bola de Neve Church. As informações são da Universa, no UOL.

A medida protetiva é um instrumento que impõe o afastamento do agressor do lar ou local de convivência com a vítima. Um limite de distância é estabelecido e não pode ser ultrapassado. Também suspende ou restringe a posse de armas.

De acordo com informações do UOL, o apóstolo Rina comprou uma arma há poucos meses. No entanto, quando questionado, ele não falou sobre isso.

A pastora Denise Seixas conseguiu sair de casa na última sexta-feira (7) para receber atendimento e estaria decidida a seguir com o divórcio.

Nathan Gouvea, filho de um relacionamento anterior de Denise Seixas, tornou públicas, em abril do ano passado, supostas agressões do apóstolo Rina contra Denise. Ao Universa, Nathan declarou que sempre houve "uma cultura de medo em casa. Éramos dois serviçais, eu e a minha mãe".
 

Fundador da Bola de Neve é alvo de outras denúncias


Rina foi denunciado por uma ex-funcionária da igreja por abuso sexual contínuo e repetido por anos, ocorridos dentro da residência do líder espiritual.

Ao site Fuxico Gospel, especializado em notícias do segmento evangélico, a mulher afirmou que era tocada pelo pastor antes das tentativas propriamente ditas de abuso mais íntimo. Ela relata que as conversas começavam com pedidos de massagem e evoluíam para convites privados e que até o casamento do pastor acabou por conta de tal atitude.

A Bola de Neve informou publicamente que afastou seu fundador do comando do ministério enquanto o caso é apurado. Em nota, informou que seu objetivo é salvar almas, não destruí-las, e que, por isso, promete ações transparentes na apuração e resposta ao caso.

Rodolfo Abrantes revela "experiências abusivas" na Bola de Neve

Após 13 anos, o músico Rodolfo Abrantes e sua esposa, Alexandra Abrantes, relataram experiências abusivas que sofreram enquanto membros da Igreja Bola de Neve em Balneário Camboriú, Santa Catarina. As denúncias foram feitas nas redes sociais na última quarta-feira (22). Abrantes, que liderou a banda Raimundos até 2001, relatou ter sido "cancelado" pela congregação, com suas músicas banidas dos cultos. 

Ele e Alexandra também foram acusados de dívidas inexistentes e sofreram ataques psicológicos. A polêmica surgiu após denúncias de ex-fiéis sobre desvio de recursos pela Igreja Bola de Neve, nas redes sociais. As acusações dos internautas apontam para o desvio de dízimos e outras doações para o benefício pessoal dos pastores.

A esposa de Rodolfo fez o relato nos comentários de um dos acusadores: "Que vergonha dessa Bola de Neve. Queria poder mencionar o ‘@’, mas estou bloqueada. Talvez esteja bloqueada para não expôr (mais ainda) os abusos e manipulações que sofri quando era ‘membra’". Ela continua: "Se tem UMA COISA QUE EU ME ARREPENDO nessa vida, foi ter sido 'parte' da Bola de neve Balneário Camboriú".

Ela afirma que a pastora local teria deixado "feridas na alma" que carrega até hoje: "Pastora só por título, pois nunca cuidou de ninguém a não ser de si mesma. As feridas não foram só em mim. E há 13 anos me desvinculei desse sistema podre de manipulação e controle de pessoas. Que nada tem a ver com o reino de Deus. Vergonha! É o que eu sinto, além de muito arrependimento. Gostaria de pedir perdão, pra todas as pessoas, que diretamente ou indiretamente eu influenciei a frequentar essa suposta igreja, que nada tem de Cristo", disse.

Após o depoimento da esposa, Rodolfo também apresentou sua versão dos fatos e declarou: "em razão de não ter anunciado à época a nossa saída, muitas pessoas, principalmente na nossa cidade, ainda acham que estamos lá. Eu e minha esposa não temos conhecimento, nem compactuamos de absolutamente nada que tenha sido feito por meio da liderança desde 2011, quando saímos". 

Rodolfo fez seu relato pelo Instagram. Crédito: Reprodução de vídeo

Segundo ele, após a esposa ter feito as denúncias de abuso, ele e sua família foram vítimas de cancelamento dentro da comunidade. "Fomos cancelados por pastores que tínhamos como amigos", relata Rodolfo. "Minha esposa foi chamada de Jezabel pra baixo, fui acusado de uma dívida com o selo musical da igreja (o que através de uma prestação de contas foi comprovado que eu não devia nada),"

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Ele acredita que essas ações visavam silenciá-lo. "Tudo isso , talvez com o intuito de se preservar e manter esse sistema funcionando. Fico muito triste com tudo que está acontecendo pois, mais uma vez, homens em nome de Jesus, O representam mal. Oro pelas pessoas que de alguma forma foram feridas", declarou.

O integrante da banda Raimundos também conta por que não comentou o caso na época. Veja o vídeo.

 

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