SEITA SINISTRA

Caso Djidja: polícia tentou resgatar ex-sinhazinha um mês antes de sua morte

Familiares acionaram a polícia denunciando que Djidja estaria sendo mantida em cárcere privado pela mãe e irmão

Polícia tentou resgatar Djidja Cardoso um mês antes da morte da ex-sinhazinha.Créditos: Reprodução/Rede Amazônica
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Um mês antes da morte de Djidja Cardoso, agentes da Polícia Civil tentaram, sem sucesso, resgatá-la em sua casa na cidade de Manaus (AM). Ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja foi encontrada morta na mesma residência em 28 de maio. A principal suspeita é que ela tenha sido vítima de uma overdose de cetamina, um potente analgésico usado como droga recreativa em uma seita bizarra liderada por sua mãe, Cleusimar Cardoso, e seu irmão, Ademar Cardoso. Ambos estão presos.

Os policiais foram acionados após denúncia feita por outros familiares dando conta que Djidja estaria sendo mantida em cárcere privado pela mãe e pelo irmão. Vídeo divulgado pela Rede Amazônica mostra o momento em que os policiais chegam na residência e perguntam pela ex-sinhazinha. 

Na gravação, é possível ouvir que a mçae de Djidja diz que ela não está em cárcere privado, ao que um dos policiais pede para que a porta do quarto onde ela estava fosse aberta. A ex-sinhazinha, no entanto, teria se recusado a sair do cômodo. 

"A gente tentou nos reunir algumas vezes para tentar tirar ela de lá. Mas a Djidja não quis sair de lá, porque foi registrado o BO como cárcere privado. A nossa intenção era a polícia ver o estado que ela se encontrava, o Samu ver o estado que ela se encontrava e levasse", disse uma familiar da vítima que preferiu não se identificar. 

Assista ao vídeo:

Reviravolta no caso 

A Polícia Civil do Amazonas prendeu na tarde da útima sexta-feira (7), em Manaus, Bruno Roberto e Hatus Silveira, respectivamente ex-namorado da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, e o personal trainer dela, sob suspeita de terem algum envolvimento na morte da jovem, que ao que tudo indica foi vítima de uma overdose de cetamina, fortíssimo analgésico usado como entorpecente numa bizarra seita liderada pela mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, que já estava presa desde a semana passada, assim como seu filho e irmão da vítima, Ademar Cardoso.

Bruno e Hatus já tinham prestado depoimento aos investigadores dias após o falecimento da ex-sinhazinha, ocorrida em 28 de maio, mas na condição de testemunhas. Ela foi encontrada pelo ex-namorado, já sem vida, dentro do imóvel onde vivia com a mãe e o irmão, e que também servia de sede para a seita “Pai, Mãe, Vida”, cuja organização hierárquica previa que Cleusimar era a Virgem Maria, seu filho Jesus Cristo e filha ‘famosa’ seria Maria Madalena. Todos ficavam em transe com o poderoso narcótico de uso veterinário. Havia outras pessoas que frequentavam o local e participavam dos rituais.

Nas primeiras oitivas, Bruno contou que até fez uso da cetamina, mas que teria notado que aquilo não estava lhe fazendo bem. Ele chegou a ter uma tatuagem com o nome da seita, assim como os demais adeptos. Já Hatus, o personal trainer, garantiu que frequentava a casa da família Cardoso, mas que não fazia uso de forma alguma da cetamina, tendo uma única vez recebido uma picada contra sua vontade, de surpresa, pelas mãos de Djidja. Só que a Polícia Civil teria agora outra interpretação sobre a dinâmica deles no universo paralelo da seita.

Segundo a CNN Brasil, o delegado que preside o inquérito, Cícero Tulio, o personal Hatus seria o responsável por adquirir a cetamina para a família de Djidja, enquanto Bruno agiria como uma espécie de intermediário entre Hatus e a ex-sinhazinha do Boi Garantido. Os investigadores já tinham conhecimento, por meio de câmeras de monitoramento, que logo após a morte da jovem ser confirmada e comunicada pelo próprio ex-namorado às autoridades, ele teria saído com o carro dela e o abandonado numa outra área da capital Amazonense.

Mais cedo, a Associação dos Profissionais de Educação Física e Atividade Motora (Apefam) emitiu um comunicado informando que Hatus Silveira não tem registro para exercer a profissão. De fato, em suas redes sociais, ele se apresenta como “coach”.