A deputada estadual gaúcha Laura Sito (PT-RS) usou as redes sociais na noite deste sábado (1º) para denunciar as políticas de habitação e meio ambiente do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB). A parlamentar foi até a região do sambódromo para mostrar a realidade do local para onde estão sendo levados os resíduos das inundações (basicamente a lama e os escombros das áreas destruídas da cidade) e onde o mandatário pretende instalar os desabrigados numa ‘cidade provisória’.
Questionada pela reportagem da Fórum, a parlamentar confirmou as informações e ainda apontou que a ‘cidade provisória’ do prefeito seria levantada a cerca de 350 metros de onde estão concentrados os rejeitos. A área, conforme é possível ver nas imagens, tem o aspecto de um verdadeiro lixão a céu aberto após as inundações.
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Ao ouvirmos a expressão ‘cidade provisória’, podemos pensar num novo bairro, com casas de alvenaria e saneamento básico. Ledo engano. A tal ‘cidade provisória’, se sair do papel, vai se parecer mais com um campo de refugiados, composta sobretudo por barracos, e funcionará como um enorme abrigo para os desalojados climáticos.
“Pasmem! A cidade provisória do Sebastião Melo virou também um lixão a céu aberto. Além de querer colocar aqui as pessoas morando em condições indignas, em barracas para refugiados, ele também quer que elas fiquem morando ao lado de tudo o que perderam”, apontou a parlamentar.
Na última sexta-feira (31), o governo do Estado assinou um acordo com entidades empresariais que prevê a construção de 5 cidades provisórias no Rio Grande do Sul: três em Porto Alegre e duas em Canoas, na Região Metropolitana. Os espaços terão capacidade para abrigar até 3840 pessoas e sua gestão estará a cargo da Organização Internacional para Migrações, órgão ligado à ONU.
Um desses locais, onde Laura Sito filmou, fica na zona norte de Porto Alegre, próximo ao bairro do Sarandi, que foi fortemente atingido pelas inundações.
“Sabemos que uma das principais crises que vamos enfrentar nos próximos dias é uma crise sanitária. Portanto, construir uma cidade provisória ao lado de um lixão a céu aberto vai na contramão de tudo o que nós construímos neste país nos últimos 30 anos e é totalmente contraditório em relação à garantia da dignidade humana, mesmo que em meio a uma catástrofe como a que nós vivemos. É um absurdo a cena que nós vemos aqui: de um lado, Melo quer colocar um depósito de seres humanos e, de outro lado, um depósito de resíduos sólidos. Essa é a política ambiental e habitacional da Prefeitura de Porto Alegre”, finalizou Laura Sito.
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