CONTRA A DESINFORMAÇÃO

Tragédia no RS: Gilmar Mendes defende moderação das redes sociais contra fake news

"É algo doentio que precisa ser corrigido", afirmou o magistrado em evento realizado no Rio de Janeiro

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Nelson Jr./SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes defendeu moderação nas redes sociais contra as fake news para que o ambiente digital não "seja regido pela lei da selva".

As declarações foram dadas em um evento realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (10). O magistrado fazia referência à onda de desinformações a respeito da tragédia no Rio Grande do Sul provocada pelas enchentes no estado.

"Isso [fake news] enfatiza a necessidade de termos alguma disciplina nas redes para que não seja essa terra de ninguém", disse o ministro à imprensa, após a palestra, segundo o Valor Econômico. "No momento em que toda a nação dá um exemplo de grande solidariedade, como estamos vendo no Brasil afora, alguns se prestam a fazer essas distorções. É algo doentio que precisa ser corrigido."

Mendes atribuiu a atual situação no Rio Grande do Sul ao "negacionismo que muitos insistem em defender em relação aos efeitos das mudanças climáticas".

O magistrado disse ainda que houve uma flexibilização de leis ambientais que contribuíram para o cenário de desastre. "A mim me parece que estamos ainda pagando um preço da politização dessa temática, talvez no sentido pior que o tema possa ter."

Governo cria força-tarefa para combater fake news

O governo federal montou um grupo de combate às fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul.  Desde o início das enchentes no estado, influenciadores e políticos passaram a divulgar uma série de informações falsas sobre as ações do poder público.

Em uma reunião com representantes das principais plataformas de redes sociais no Brasil, ficou definido que o governo, quando identificar conteúdos falsos nas publicações, vai comunicar as plataformas para que o material seja retirado do ar em um prazo de 12 horas.

A força-tarefa contam com integrantes da Advocacia-Geral da União, Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Ministério de Justiça e Polícia Federal.