De maneira inacreditável, mas também sem surpresas, influenciadores têm se aproveitado da tragédia do Rio Grande do Sul para espalhar fake news, engajar e ganhar muito dinheiro com a dor alheia, assim como também fizeram durante a pandemia do coronavírus.
Um homem que atua como voluntário no Rio Grande do Sul se revoltou com uma fake news espalhada por um comediante identificado como Nego Di. Na publicação em questão, uma pessoa mente ao dizer que água e comida estão "paradas" em um ponto de coleta e distribuição de doações.
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Dessa maneira, o voluntário gravou outro vídeo onde mostra como, de fato, funciona o ponto de distribuição das doações ao Rio Grande do Sul. Para tanto, ele refaz o percurso do vídeo fake espalhado pelo comediante Nego Di e desmente ponto a ponto.
Em determinado momento, o homem voluntário desabafa. "Três coisas que o cara falou só para viralizar o vídeo. Entrou escondido. É só você ser voluntário para estar dentro. Ele disse que tem alimento perecível. Não tem nada estragando, ali é só a triagem, está tudo separado já. Enquanto a gente está trabalhando, o cara lá, gravando vídeo dizendo que não estão fazendo nada. Eu não faço pelo like, pelo view".
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Confira abaixo o desmentido da fake news espalhada pelo influencer que se apresenta como comediante:
Jojo Todynho é detonada após espalhar fake news sobre RS
Logo após o governo federal anunciar um pacote de R$ 50 bilhões de ajuda ao Rio Grande do Sul, que vive uma tragédia com chuvas e enchentes, a influenciadora Jojo Todynho publicou um vídeo onde, aos gritos, cobra ações da gestão nacional.
"Vim aqui como ser humano convocar as autoridades, presidente da República , políticos e governantes pra botar a cara e a mão na massa pelo Rio Grande do Sul. O povo brasileiro já está mobilizado mas cadê o poder público?", escreveu Jojo Todynho na legenda que acompanha o vídeo.
Na abertura de seu vídeo, Jojo Todynho cobra uma declaração do presidente Lula. "Presidente, uma posição para o povo. Chega, nós estamos cansados [...] eu e todo mundo estamos esperando uma resposta de vocês", disse aos gritos Jojo Todynho.
Porém, a influenciadora foi duramente criticada, pois, no momento em que publicou o vídeo, o cavalo Caramelo era resgatado em uma ação conjunta com os governos de São Paulo, Rio Grande do Sul e federal.
Sobre declarações do presidente da República, fica difícil entender a cobrança ou acreditar que Jojo Todynho, que trabalha com comunicação e está diariamente nas redes não tenha conhecimento das idas do presidente Lula e sua comitiva ao Rio Grande do Sul, visto que teve ampla cobertura na imprensa.
Dessa maneira, Jojo Todynho foi duramente criticada pelos internautas, que a acusaram de querer lacrar e engajar com a tragédia do Rio Grande do Sul.
Contra fake news: Confira todas as ações do governo federal até agora no RS
Nem mesmo o drama vivido pelo povo gaúcho, que se viu em meio a uma catástrofe com as chuvas e cheias que atingiram o Rio Grande do Sul, a produção de fake news em escala industrial capitaneada pela extrema direita brasileira deu trégua. O oceano de mentiras tem levado parte da população do país a hostilizar de maneira agressiva o governo federal, assim como o Executivo da unidade federativa mais meridional do Brasil.
Subcelebridades das redes sociais, figuras decadentes dos esgotos da fama e outros oportunistas vêm acusando Brasília de não tomar uma só medida diante da devastação provocada pela enxurrada no Rio Grande do Sul, como se todos os esforços empregados desde o primeiro minuto, na esfera federal, simplesmente não tivessem ocorrido.
O Planalto realiza em todo o território gaúcho uma das maiores, mais complexas e mais caras operações de resgate e socorro da História do Brasil. Para se ter uma ideia, falando apenas de servidores das Forças Armadas, mais de 15 mil militares estão em campo neste momento no estado. Essas organizações utilizam desde a primeira hora da tragédia 16 helicópteros de média e grande capacidade de carga, 2 aviões cargueiros modernos, 243 embarcações das mais variadas dimensões e utilidades, além de, entre equipamentos de socorro, engenharia, resgate e viaturas, mais de 2.500 itens enviados pelo governo federal.
Fora dos quadros militares, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou para o teatro de operações 325 agentes da Polícia Rodoviária Federal, 319 da Polícia Federal e uma centena da Força Nacional de Segurança Pública. Essas corporações levaram ao Rio Grande do Sul quatro helicópteros, 48 picapes especiais para terrenos de difícil acesso, 18 barcos de resgate, seis reboques, dois caminhões com grande capacidade de carga, um caminhão-tanque com combustível para abastecimento de veículos em áreas remotas e intransitáveis, além de um jet-ski.
A Marinha do Brasil deslocou dezenas de barcos pequenos e médios e também o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”, o maior e mais moderno navio de guerra de toda a América Latina, que pode operar como base de comando, hospital e ponto de pouso e reabastecimento para dezenas de helicópteros.
No âmbito administrativo, mais de R$ 1 bilhão foram liberados em emendas para o estado, em caráter de urgência, visando as primeiras e mais prementes ações de reconstrução. Outro repasse, este no valor de R$ 930 milhões, foi autorizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social para ser injetado em pagamentos antecipados do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada e no Programa de Aquisição de Alimentos.
Somente em medidas econômicas, como os programas mencionados acima e outros, como o auxílio gás, além da restituição antecipada do Imposto de Renda, crédito para micro, pequenas e médias empresas, adiantamento para fundos municipais e vigência de parcelas extras do auxílio desemprego, o governo federal liberou R$ 51 bilhões esta semana.