DESPEJO

Ocupação de mulheres é despejada com violência pela guarda municipal em BH

Moradoras foram atingidas com gás de pimenta e bombas por agentes que invadiram o local à noite e sem documento de reintegração de posse

Vigília na Casa da Mulher Trabalhadora Ednéia Ribeiro.Créditos: Reprodução/Instagram
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A ocupação Casa da Mulher Trabalhadora Ednéia Ribeiro, localizada no Bairro União, em Belo Horizonte (MG), foi atacada e invadida com gás de pimenta e bombas de efeito moral pela Guarda Municipal na noite de quinta-feira (9).

De acordo com informações divulgadas pela Casa, uma senhora, chamada de Dona Margarida, que tomava conta do local sozinha naquele momento, foi levada pelos agentes que não apresentaram nenhum documento de reintegração de posse. A ocupação também não recebeu aviso prévio ou processo administrativo. 

A ocupação Ednéia Ribeiro funciona desde dezembro de 2023, organizada pelo Movimento Feminista Olga Benário, e acolhe mulheres com moradia e projetos sociais. A invasão também foi denunciada pela deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) no X (antigo Twitter).

A coordenadora nacional do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, Poliana Souza, afirmou que o local ocupado pelo movimento está abandonado há mais de 20 anos, e que na segunda-feira (6) a Prefeitura de Belo Horizonte, sob gestão do prefeito Fuad Noman (PSD), se reuniu com as mulheres e disse que acharia uma alternativa ao problema. Porém, na noite desta quinta, os agentes invadiram o local.

 

Documento da reunião com a Casa da Mulher Trabalhadora Ednéia Ribeiro. Foto: Reprodução Instagram 

Após a invasão, a Guarda Municipal também não permitiu que as moradoras voltassem às suas casas para pegar seus pertences. Nesta sexta-feira (10), o movimento organizou um ato e uma vigília no local. 

Na tarde desta sexta os agentes derrubaram o muro da ocupação com um trator. "Eles estão derrubando o muro da nossa ocupação para garantir uma obra de empresa privada, ao mesmo tempo que as mulheres seguem sem nenhum tipo de política pública eficiente nesta cidade, porque não há uma casa-abrigo que faça o trabalho de referência que a  Casa da Mulher Trabalhadora Ednéia Ribeiro fazia", afirmou uma militante do movimento em vídeo divulgado no Instagram.