O brutal fuzilamento de uma jovem família em Niterói, no Rio de Janeiro, em 17 de março, enquanto Filipe Rodrigues, de 24 anos, que era motorista de aplicativo e gesseiro, Rayssa Santos, de 23, e o pequeno Miguel Filipe, de apenas 7 meses, estavam dentro de um carro alugado gerou comoção nas redes sociais. Agora, a Polícia Civil fluminense esclareceu o episódio e o desfecho foi pra lá de insólito.
Trabalhando desde o início com a hipótese de os assassinos terem confundido os alvos, os investigadores acabaram descobrindo que Filipe, na verdade, fez algo bastante audacioso e perigoso para conseguir levantar recursos financeiros, o que acabou resultando em sua morte e na da companheira e do filho pequeno. A elucidação do triplo homicídio começou com a prisão de um homem, identificado como Wesley Pires da Silva Sodré, de 34 anos, localizado pelas autoridades em São Gonçalo.
Te podría interesar
A investigação descobriu que Filipe procurou traficantes do Morro do Castro, uma comunidade controlada pelo Comando Vermelho (CV) na divisa de Niterói com São Gonçalo, passando-se por PM. Lá, ele disse aos criminosos que tinha “informações internas de seu batalhão” de que havia um traidor no bando passando informações para a polícia. Diante da “revelação” fantasiosa, os traficantes passaram a querer saber quem seria o tal “X-9”, ao que Filipe respondeu só diria se recebesse a quantia de R$ 50 mil. Ele recebeu R$ 5 mil incialmente, e posteriormente outros R$ 6 mil, dando o nome de um indivíduo da comunidade que acabou sendo morto pelos bandidos.
O problema é que os integrantes da quadrilha, incluindo aí o chefe do tráfico no Morro do Castro, Lucas Lopes da Silva, o “Naíba”, descobriram que Filipe não era PM e que todos haviam sido enganados. Foi então que a morte do gesseiro foi decretada. A esposa dele, Rayssa, morreu em meio aos tiros contra o automóvel ao tentar proteger o filho bebê.