A ativista pelos direitos humanos Amanda Paschoal protocolou uma representação no Ministério Público de São Paulo contra a Polícia Militar e demandando uma investigação sobre a morte do imigrante senegalês Serigne Mourtalla "Talla" Mbaye, ocorrida na noite de terça-feira (23), no centro de São Paulo.
O documento, obtido com exclusividade pela Fórum, exige a "investigação sobre a suposta prática de homicídio por agentes policiais", "requisição e análise das imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos na operação policial" e proteção a eventuais testemunhas.
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Suspeita de homicídio
A versão oficial afirmava que Talla morreu após cair do nono andar de um prédio na Rua Guaianases, centro de SP. No momento, ocorria uma ação da PM no local.
Porém, novas evidências mostraram que a PM entrou sem mandado judicial de busca e apreensão dentro do prédio em que Serigne morava. Testemunhas afirmam que a PM estava perseguindo o imigrante e que policiais teriam dito o "lixo caiu", após a queda do homem.
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A falta de mandado e a situação foi definida como "estranha" no boletim de ocorrência.
“No atinente a morte de SERIGNE MOURTALLA MBAYE, preliminarmente, não vejo indícios de autoria em desfavor dos policiais militares, embora, estranhamente, em período noturno e sem mandado de busca e apreensão, tenham adentrado ao local, sendo imprescindível que eventuais excessos sejam analisados pelo Poder Judiciário", afirma o registo de Sandro Távora, Delegado de Polícia do Bom Retiro.
Vídeos mostram que a população no local protestou contra a ação violenta da polícia. Rapidamente, a PM agiu com uso desproporcional da força para dispersar as manifestações.
"As condições suspeitas da morte, o protesto popular que se seguiu e a atuação da polícia no período noturno e adentrando à residência sem ordem judicial são elementos que demandam apuração por essa promotoria", afirma Amanda na representação.
Agora, cabe ao MP acatar a representação e apurar os fatos que ocorreram na última terça-feira que sucederam na morte do imigrante durante a ação da Polícia Militar.
Protestos
Nesta quinta-feira (25), a comunidade senegalesa em São Paulo e ativistas pelos direitos humanos fizeram uma manifestação pedindo justiça por Talla.
Durante o ato, os manifestantes gritaram "Polícia matou ele" na porta da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, localizada na Rua Líbero Badaró, centro da capital paulista.