VIOLÊNCIA

O que se sabe sobre o PM sequestrado que segue desaparecido na Baixada Santista

Soldado de 21 anos foi rendido em ponto de tráfico após passar noite em adega numa das regiões mais violentas do estado. Suspeito detido deu versão confusa e mistério sobre o paradeiro permanece

PM Luca Romano Angerami, sequestrado em Guarujá.Créditos: Polícia Militar do Estado de São Paulo
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A região da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, que se converteu numa das áreas mais violentas e sob maior controle do crime organizado no país, se vê às voltas outra vez com um crime cometido contra um policial. Palco das operações Escudo e Verão nos últimos seis meses, que somadas deixaram 84 mortos pelas mãos de agentes de segurança, depois que PMs foram mortos em comunidades dessas cidades litorâneas, novamente um policial foi alvo de bandidos por lá.

O soldado da Polícia Militar Luca Romano Angerami, de apenas 21 anos, lotado no 3° BPM/M, na capital paulista, desapareceu em Guarujá na madrugada de domingo (14) depois de passar a noite bebendo com amigos numa adega do bairro Santo Antônio. Imagens de câmeras de vigilância já mostraram que o PM saiu do estabelecimento e foi até um conhecido ponto de tráfico da localidade, permanecendo por mais de meia hora dentro carro, para na sequência ser rendido por dois homens.

O veículo do jovem policial foi encontrado no dia seguinte na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, que liga Guarujá ao continente, sem sinais de violência, abandonado. A Polícia Civil da Baixada Santista foi rápida no levantamento de imagens de circuito de monitoramento da área do desaparecimento e na segunda-feira (15) chegou a um homem que teria participado da abordagem e sequestro de Luca. Ele confessou que o PM teria sido levado para uma comunidade de São Vicente, também na Baixada, e lá sido executado com a própria arma, para depois ter pedras amarradas às suas pernas e ser lançado de uma ponte.

No entanto, o delegado responsável pelas investigações, Antônio Sucupira, afirma que a versão seria totalmente inverossímil, uma vez que boa parte do relato e dos detalhes não bate com as provas colhidas até o momento. O acusado, por exemplo, diz que Luca teria recebido oito tiros e que depois teria sido colocado no porta-malas do próprio automóvel, para ser levado até o suposto ponto onde o cadáver teria sido dispensado. Só que o carro não apresenta qualquer mancha de sangue em seu interior, ou mesmo do lado de fora.

Segundo reporta o jornal local A Tribuna, a Polícia Civil teria recebido informações anônimas de que o PM seguiria vivo, mantido em cativeiro numa favela chamada Caranguejo, no próprio Guarujá. Unidades da PM de toda a Baixada e homens de elite do COE (Comando de Operações Especiais) realizam buscas neste momento por vários municípios da região.