Passadas mais de 48h da localização por pescadores de um barco cheio de corpos em estado avançado de decomposição, nas proximidades da Ilha de Canelas, uma área remota em alto mar no nordeste do Pará, até o momento as autoridades não confirmaram o número oficial de cadáveres achados na embarcação, tampouco a origem dessas pessoas que perderam a vida.
Nas imagens disponíveis até o momento, o barco, que não tem cobertura, e que segundo a Polícia Federal tem 15 metros de comprimento por 2 de largura, aparece com muita água no convés, onde é possível ver apenas uma pequena parte de um dos corpos. No entanto, a embarcação possui duas espécies de alçapões que normalmente serve para que os pescadores guardem ali redes e os animais conseguidos no mar. É lá dentro que os cadáveres estão empilhados, aos montes.
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Após ser localizado num faixa de praia pouco acessível na Baía de Maiaú, que é parte da extensa costa do município de Bragança, as autoridades da PF e da Marinha do Brasil precisaram aguardar uma melhora no tempo e uma alta da maré para que o barco fosse então levado para a comunidade de Vila do Castelo, pertencente à mesma cidade. Nada pôde ser feito no local até a embarcação chegar numa área mais segura do continente. Depois, ela foi içada por um guincho e colocada num veículo de carga para que no Instituto Médico de Bragança os peritos da PF do setor de Integrantes de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI), Local de Crime e Medicina Legal, lotados no Instituto Nacional de Criminalística (INC).
De acordo com as informações que chegam de fontes ligadas à investigação que estão nessa zona remota do Pará, a PF ainda não confirmou o número de corpos porque muitos deles estariam mutilados ou tão decompostos no compartimento com água que seria necessário “montá-los” para se ter certeza da quantidade exata.
A suspeita dos federais e da Marinha é que as pessoas que morreram no barco não são cidadãos brasileiros, uma vez que não existe qualquer notificação de embarcação desaparecida naquela região ou nos estados mais próximos. A quantidade de pessoas numa embarcação tão precária também levanta a hipótese de que essas vítimas sejam estrangeiros de algum país do Caribe (acredita-se que do Haiti), já que a nação extremamente pobre vem enfrentando uma séria crise política e social nos últimos tempos e muita gente tenta sair de lá usando barcos do tipo, ou até outros recursos mais perigosos.