COMO É?

Pastor preso por acusação de crimes sexuais produzia culto do “Vem, Novinha”

Mais uma para a conta dos absurdos crimes atribuídos a “evangélicos”. Davi Passamani liderou “rebanhos” na Igreja Casa e Igreja US, em Goiânia

Créditos: Instagram/Reprodução
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O pastor evangélico Davi Passamani, preso no último dia 4 sob acusação de crimes sexuais, promovia cultos em sua igreja com nome, digamos, pouco cristãos e conservadores. O clérigo promovia nas redes sociais de suas denominações eventos com os nomes de “Vem, Novinha”, “Tinder” e “Rei do Camarote”. Ele enfrentou uma série de denúncias de abuso sexual que vieram à tona no fim de 2023 e chegou a abrir uma nova igreja depois do escândalo, mas acabou sendo detido pela polícia no início deste mês quando chegava para um louvor. Tudo teria ocorrido em Goiânia (GO).

Há quatro anos, em 2020, Passamani já tinha sido alvo de acusações de crimes sexuais. As denúncias de fiéis foram se avolumando até o fim do ano passado, o que fez com que as autoridades abrissem um inquérito para apurar os casos. Em comum nos depoimentos das supostas vítimas, o modus operandi do pastor, que segundo a Polícia Civil sempre se aproximava de mulheres muito jovens, bonitas e que estavam em situação de vulnerabilidade emocional.

De acordo com o inquérito e as oitivas realizadas até agora, Passamani começava os diálogos via redes sociais e aplicativos de mensagens falando de forma muito religiosa, usando versículos bíblicos, para na sequência dizer que teve um sonho com a fiel, ou que havia tido uma espécie de visão, o que o levava a fazer perguntas de teor sexual explícito e perguntas muito íntimas sobre os hábitos sexuais das mulheres.

Algumas das vítimas apresentaram à polícia os prints e outras provas desses diálogos, reforçando que o pastor agia sem qualquer receio de ser denunciado. À época dos fatos ele era casado com a também pastora Giovanna Lovaglio, que se separou do marido após o escândalo. No entanto, ela defendeu a ideia de promover cultos como o tal “Vem, Novinha”, realizado na Igreja Casa, onde ambos pregava àquela altura. Passamani saiu da denominação e abriu outra igreja após o divórcio e as acusações de abuso sexual.

“É uma oportunidade de tocarmos em temas que, apesar de muitos religiosos não aceitarem, fazem parte do cotidiano desses jovens e precisam ser encarados. Nos valemos da linguagem dos jovens e das tendências que observamos nas redes sociais para tocar nesses temas”, argumento Giovanna sobre os cultos de nomes incomuns.

De acordo com ela, numa entrevista ao site O Fuxico Gospel, o evento evangélico reuniu mais de mil jovens e a Igreja Casa distribuiu mais de 500 coroas para as meninas, pois na palavra de fé elas escutavam que “mereciam ser tratadas como princesas”. Passamani, em consonância com a versão apresentada por seu advogado, teria dito que não era o responsável pelos nomes diferentes que os cultos recebiam, atribuindo o fato ao pastor de jovens da Igreja Casa, Áthila Mouta, que negou a acusação e reiterou que o pastor acusado de crimes sexuais era quem dava a ideia para os eventos.

Já sob cerco das autoridades diante de tantas acusações, Passamani ainda abriu uma nova igreja, a US, também em Goiânia, onde ministrou as celebrações religiosas até o dia de sua prisão.