Acusado de importunação sexual por uma série de fieis da igreja ‘A Casa’, o pastor Davi Passamani foi preso na noite da última quinta-feira (4) pela Polícia Civil de Goiás, em Goiânia. Ele é investigado pela Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher e ainda não há maiores informações acerca da prisão.
Leandro Silva, seu advogado, revelou ao portal Metrópoles que ainda não sabe o motivo exato da prisão e que seu cliente, apesar de acusado, nunca foi condenado por importunação sexual. Para a defesa, o pastor está sendo alvo de uma tentativa de golpe contra o seu patrimônio.
“O que existe, na verdade, é uma briga, um golpe, para tomar o patrimônio dele”, diz a defesa.
Ele dezembro passado ele foi alvo de denúncia de uma fiel. Segundo o relato da jovem, o líder religioso fez diversas insinuações sexuais contra ela e chegou a mostrar seu pênis em uma chamada de vídeo. As acusações foram publicadas no site de enfoque religioso FuxicoGospel.
A fiel procurou Passamani para se aconselhar com o pastor por uma crise de relacionamento. Ele rapidamente introduziu temas sexuais na conversa, afirma a denúncia.
“Do que mais sente falta no seu relacionamento? […] Por que a maioria sempre sente mais falta de sexo, mas isso não é problema pra você, né?” disse o pastor em uma troca de mensagens.
Depois, Passamani teria questionado a jovem se ela estaria namorando. Ela negou, segundo o site, para que ver até onde o religioso iria.
Nas conversas do Whatsapp, o pastor chega a pedir para que ela gema em áudios e que se toque durante uma chamada de vídeo. Depois, ele faz uma chamada de vídeo, em que mostra o rosto e pênis para a jovem.
O namorado da fiel estava gravando tudo. Ela então foi a uma delegacia e registrou um boletim de ocorrência contra o líder evangélico.
"O investigado ligou de vídeo, momento em que a declarante atendeu e viu o rosto dele, e em seguida ele mostrou o órgão sexual dele. Após alguns minutos, ele desligou e ligou de novo via ligação de áudio e continuou falando sobre a fantasia dele para a declarante; ele terminou de se auto satisfazer e, no final, ele fez a respiração que estava gozando, depois disso ele desligou a ligação e continuou mandando mensagens, porém a declarante não respondeu mais", diz o boletim de ocorrência.
Passamani já carrega outras denúncias por crimes sexuais, mas nunca foi condenado. Em 2020, uma veterinária chamada Gabriela Palhano denunciou que o pastor teria enviado mensagens de texto, feito chamadas telefônicas e de vídeo com cunho sexual. A denúncia foi arquivada. Também em 2020, uma outra mulher denunciou Davi Passamani por importunação sexual cometida em janeiro de 2019. O pastor foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás.
Dias após a última denúncia, na Véspera de Natal, ele apareceu aos prantos nas redes sociais. Na publicação, anunciou que abandonaria o posto de líder religioso e presidente da igreja ‘A Casa’, que é um dos fundadores. Logo depois, fundou a igreja ‘A Porta’.
"Por meio desta e no sentido de preservar a Casa de Deus e cuidar da minha saúde e família apresento minha RENÚNCIA ao cargo de presidente e líder religioso da igreja Casa Ministério Cristão em caráter definitivo, irretratável e irrevogável para que surta os legais efeitos. Por consequência deve assumir a liderança da igreja nossa vice-presidente Giovanna de Almeida Lovaglio", disse em nota.
Meses depois, em março deste ano, ele foi acusado pela ex-esposa de praticar violência psicológica. Segundo a denúncia, ele enviava mensagens sem cessar e se fazia presente nos lugares que ela frequenta para fazer calúnias contra ela e as novas lideranças da igreja.
Assista ao momento da prisão