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Oficial de Justiça procura coronel da PMDF preso pelo 8/1 mas não o encontra

Ele era o comandante de Operações da corporação no dia dos ataques às sedes dos três poderes e foi acusado de cumplicidade com os golpistas

Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, da PM do Distrito Federal, que está preso.Créditos: Divulgação/PMDF
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O coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal preso acusado de conivência com os ataques de 8 de janeiro de 2023, foi procurado por um oficial de Justiça que iria intimá-lo a dar depoimento referente a um processo familiar. No entanto, ao procurar seu nome nos registros do Sistema de Administração Penitenciária do DF, não o encontrou.

A informação de que o PM não consta no sistema penitenciário foi publicada neste sábado (2) por Guilherme Amado, no Metrópoles. E o processo em questão se refere ao pagamento de pensão alimentícia.

“O nome do mesmo não consta no Sistema de Administração Penitenciária [DF-SIAPEN] e tampouco foi possível localizá-lo por meio do CPF indicado no mandato”, diz o oficial de Justiça no documento.

No entanto, aparentemente o erro foi do servidor. Naime esteve preso na Papuda, mas desde setembro foi transferido para o 19º Batalhão da PMDF. Dessa maneira, conforme o Siapen-DF divulgou em nota, seus dados estão sob posse da própria PM. A defesa de Naime, por sua vez, disse que se limita a informar que a pensão alimentícia é descontada diretamente da folha de pagamento do seu cliente.

Naime foi exonerado do cargo logo após os atos golpistas por Ricardo Cappelli, o interventor do Ministério da Justiça de Lula (PT) na Segurança Pública do DF. À época, o governador Ibaneis Rocha (MDB) tinha sido afastado e o então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, estava preso. Eles foram acusados de sabotar a segurança de Brasília no dia da depredação bolsonarista.

O coronel foi preso em fevereiro de 2023 ao lado de mais três PMs, mas acabou solto logo em seguida. Em agosto voltou a ser preso e assim permanece enquanto a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal investigam e julgam o episódio.

Sobre as acusações relacionadas ao 8 de janeiro, ele se defende. Seu principal argumento é de que quem sabotou a operação de defesa dos prédios dos três poderes foi o Exército, e não a PMDF. À CPMI dos Atos Golpistas deu detalhes sórdidos a respeito do funcionamento dos acampamento bolsonaristas.