O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou a pompa e circunstância que seu cargo exige de lado, durante uma entrevista ao jornalista Cesar Filho, do SBT, nesta segunda-feira (11), e foi para cima do ex-jogador Robinho, que aguarda decisão do Superior Tribunal de Justiça para saber se cumprirá a pena de nove anos de cadeia a que foi condenado na Itália por ter estuprado uma jovem em 2013.
“O que eu penso é o seguinte: todas as pessoas que cometerem crimes de estupro têm que ser presas. as pessoas precisam aprender que a relação sexual não é apenas o desejo de uma parte. É a concórdia das partes que estão em jogo. Um homem, um jovem, que tem dinheiro, um jovem rico, famoso, praticar estupro? E coletivo? E acha que não cometeu crime. Acha que estava bêbado? Ah, cria vergonha. Estupro é um crime imperdoável. Então, as pessoas têm que ser julgadas e condenadas. O Robinho já foi condenado na Itália e era para estar cumprindo pena aqui. Ele vai ser julgado esse mês, e espero que ele pague o preço da irresponsabilidade dele de ser um jovem que teve mais sorte do que 99% dos jovens brasileiros, que ganhou muito dinheiro, que ficou muito famoso e não precisava ter feito isso com a menina”, disse o presidente, visivelmente irritado.
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Decisão deve ser pelo cumprimento da pena, diz emissora
A CNN Brasil reportou na manhã da última quarta-feira (6) que, após ouvir de forma reservada ministros que compõem o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o destino do ex-jogador Robinho já estaria traçado. A Corte analisa um pedido feito pelo governo da Itália para que o craque das pedaladas cumpra a sentença de 9 anos a que foi condenado por estupro no país europeu, cometido em 2013, numa prisão brasileira.
O caso será julgado pelo STJ no final deste mês e a tendência, de acordo com a reportagem, é de que o tribunal brasileiro autorize o cumprimento da pena aqui. A condenação de Robinho foi proclamada pela Justiça de Milão, em primeira instância, em 2017. Em 2022, o último recurso de apelação possível foi negado por um tribunal de Roma, considerando o atleta culpado de forma definitiva. Ele permanece no Brasil desde antes do primeiro veredito e não pode ser extraditado para a Itália porque a Constituição Federal não permite esse procedimento para seus cidadãos nacionais.
Desde fevereiro de 2022 há um mandado de prisão internacional em aberto contra Robinho, que não pode pisar em mais de 100 países do mundo com os quais a Itália mantém acordos de cooperação, incluindo aí todas as nações da União Europeia, EUA, Canadá, Argentina, Chile, entre outros. A data para realização do julgamento do pedido de cumprimento de pena numa penitenciária brasileira pelo ex-jogador, que será conduzido pela Corte Especial do STJ, formada pelos 15 ministros mais antigos da Corte, é 20 de março.