BARBARIDADE SEM FIM

Torturada, esfaqueada e queimada viva: O crime brutal que chocou Minas Gerais

Jovem de 22 anos apresentou “novo namorado” a familiares no carnaval e depois desapareceu. História de horror teve chamadas de vídeo com espancamentos e pedido de resgate

Layze da Silva, brutalmente assassinada em MG.Créditos: Instagram/Reprodução
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A Polícia Civil de Minas Gerais investiga um crime de brutalidade extrema que deixou a todos chocados. Uma jovem de apenas 22 anos apareceu em chamas, ainda viva, no fim da noite de segunda-feira (19), às margens da rodovia federal BR-040, na altura do município de Pedro Leopoldo, na Região de Metropolitana de Belo Horizonte, ferida também a golpes de faca. Ela foi encontrada por um caminhoneiro, chegou a ser socorrida e levada a um hospital com 80% do corpo queimado e sete perfurações por arma branca, mas não resistiu e morreu na madrugada desta terça (20).

De acordo com os fatos levantados pela investigação até o momento, Layze Stephanie Gonzaga Ramalho da Silva, que tinha dois filhos, um de cinco e outro de dois anos, teria apresentado a familiares um homem, no domingo de carnaval (11), como sendo seu novo namorado. Já no dia seguinte, ela desapareceu. Esses mesmos parentes começaram, então, a receber mensagens de áudio pelo WhatsApp com um insistente e apressado pedido de R$ 30 mil como resgate.

Nos dias que sucederam o sequestro, a família seguiu recebendo contatos ameaçadores por parte dos raptores, que passaram, então, a realizar também chamadas de vídeo mostrando a jovem sendo torturada em tempo real. Desesperado com as cenas chocantes, um dos parentes resolveu dar um print na tela do celular no momento do contato e registrar o rosto de um dos criminosos.

As autoridades de segurança pública, pela imagem, conseguiram chegar o bandido que aparecia nas sessões de tortura e o detiveram, embora o criminoso tenha apresentado três identidades diferentes, que ainda seguem em checagem, antes da divulgação de seu verdadeiro nome e origem. Antes de falecer, Layze deu alguns nomes e disse onde essas pessoas, inclusive o novo namorado, moravam: o bairro Pindorama, na Região Noroeste de Belo Horizonte.

“Durante o domingo (11) e segunda-feira (12), foram vários áudios, ligações de vídeo, inclusive em uma das ligações, a família conseguiu tirar um print, que inclusive facilitou a identificação do autor. A jovem já aparecia com o rosto muito machucado. Ele havia exigido a todo momento, uma quantia de R$ 30 mil, que segundo esse indivíduo preso, seria uma dívida dela com os traficantes”, contou um sargento da PM mineira que acompanhou o caso.

A versão apresentada pelo indivíduo preso, que seria o tal namorado, sobre dívidas com o tráfico de drogas, não pôde ser confirmada pela polícia, assim como o suposto envolvimento prévio da vítima com alguma quadrilha. Uma mulher de 34 anos também foi detida, por ser dela a chave Pix passada à família para o recebimento do resgate que nunca foi pago, uma vez que não foi possível juntar o montante exigido pelos sequestradores. À Polícia Civil, ela afirmou que foi ameaçada pelo grupo e obrigada a disponibilizar sua conta para o recebimento que acabou não ocorrendo.

O homem preso, que seria o namorado de Layze e que apresentou três documentos diferentes após sua detenção, cometeu o crime usando um carro alugado. Ele chegou a ir a um motel que fica às margens da BR-040, horas antes da execução macabra, e admitiu aos investigadores que manteve relações sexuais que a jovem que ele assassinaria da forma mais cruel possível. Como não tinha dinheiro para pagar o estabelecimento, o autor do crime deixou o celular da própria Layze como uma espécie de garantia pelo período utilizado num dos quartos.

De acordo com o delegado que preside o inquérito, a Polícia Civil segue investigando o episódio dantesco registrado como extorsão mediante sequestro e homicídio qualificado, já que alguns aspectos da dinâmica do crime ainda não estão claros.