Lucas da Silva Resende do Monte tinha 20 anos, era aluno do curso de Educação Física da UnB, uma das mais prestigiadas universidades do país, e morava com o pai num imóvel do Lago Norte, em Brasília. No primeiro dia de carnaval, sábado (10), ele foi para casa de um amigo, em Sobradinho, uma região administrativa do DF, onde estavam também a mãe, o pai e a irmã do rapaz com quem tinha amizade. Havia ainda, segundo as informações da Polícia Civil, outras três pessoas na residência, além de Lucas e dos quatro parentes donos da casa.
A versão oficial obtida até agora nos sete depoimentos colhidos pelos investigadores é de que Lucas, assim como as outras pessoas, tinha bebido e usado entorpecentes. A certa altura, já tarde da noite, todos teriam entrado para assistir a um filme. O rapaz teria tentado “ficar” com duas dessas pessoas presentes (não foi especificado o gênero), mas teria tido suas investidas amorosas rejeitadas. Aparentemente chateado, dizem os depoimentos, ele só se levantou e “foi embora”.
O problema é que Lucas não “foi embora”. Ele não chegou em casa, no Lago Norte, e ficou desaparecido por três dias, até que seus familiares registraram o sumiço numa delegacia. No terceiro dia do desaparecimento, a Polícia Civil localizou seu cadáver no fundo do quintal da casa da família de seu amigo, onde todos confraternizavam no sábado de carnaval, lugar e data que o universitário foi visto pela última vez.
Espécie de lote de terra, mas de pequenas dimensões, o corpo estava numa área com mato e alguns entulhos e apresentava golpes de arma branca no abdômen. A faca, do tipo “de cozinha”, estava ao lado do corpo e os investigadores confirmaram que o objeto era da família dona da propriedade. Não havia sangue espalhado, tampouco sinais de luta, o que fez a perícia deduzir que a vítima não resistiu ao ataque de seu algoz, presumivelmente por estar inconsciente.
Para piorar o mistério, os peritos concluíram também que o rapaz teria sido morto fora da casa. Os questionamentos que ficam são muito simples: como alguém alheio à confraternização de carnaval o mataria com uma faca da casa e porque um estranho qualquer, na rua, levaria seu cadáver até aquele imóvel, justamente de onde a vítima havia saído?
Até o momento, ninguém foi preso pelo crime brutal, mas a polícia diz que já tem uma linha de investigação. No entanto, o que causa maior estranheza é a história sem sentido revelada até agora de um jovem que desaparece numa casa cheia de gente, sem dar qualquer sinal, e que três dias depois aparece morto por esfaqueamento no próprio imóvel sem que ninguém tenha notado nada.