O caminhoneiro Arilton Bastos Alves, apontado como possível responsável pelo grave acidente ocorrido na BR-116, foi liberado após prestar esclarecimentos ao delegado que conduz a investigação. Ele se apresentou na tarde desta segunda-feira (23) em uma delegacia de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.
A Polícia Civil informou que o homem, de 49 anos, foi liberado porque a Justiça indeferiu o pedido de prisão preventiva, e a detenção em flagrante já não era mais aplicável. Natural do Espírito Santo, o homem suspeito deixou o local do acidente e era considerado foragido. Ele foi até a delegacia do bairro São Diogo, em Teófilo Otoni, na companhia de seus advogados.
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Segundo a instituição, em nota, “uma vez que a representação pela prisão preventiva do suspeito, formulado pela PCMG, foi indeferida pela Justiça e que não estavam mais configuradas as hipóteses taxativas de prisão em flagrante (artigo 302 do Código de Processo Penal), o motorista foi liberado", afirmou.
A PCMG revelou, em coletiva, que o caminhoneiro estava com a CNH suspensa há dois anos. De acordo com as autoridades, a habilitação foi retirada em 2022, após ele se recusar a realizar o teste do bafômetro em uma blitz da Lei Seca em Mantena, no Vale do Rio Doce. A defesa é contra as alegações.
"Ele deixou o local porque, ao descer da carreta para entender o que havia ocorrido, entrou em pânico ao perceber a gravidade do acidente. Também se preocupou com sua segurança pessoal e integridade física. Ele não tinha condições de oferecer socorro. Há uma decisão judicial que revogou a suspensão da CNH, então ele está plenamente habilitado e apto a dirigir", diz o advogado Raony Scheffer.
De acordo com o governo de Minas Gerais, pelo menos 41 pessoas morreram em um acidente que envolveu um ônibus, uma carreta e um carro na madrugada de sábado (21). A investigação da Polícia Civil sugere que o desprendimento de uma pedra de granito da carreta foi o fator responsável pelo acidente.
Documentos fiscais mostram que a carga foi despachada do Ceará com destino ao Espírito Santo. A hipótese investigada é que o excesso de peso no transporte da peça possa ter contribuído para o acidente, atribuindo responsabilidade ao caminhoneiro.
Contudo, vítimas do carro envolvido no acidente apresentaram outra narrativa. Segundo sobreviventes, o ônibus se aproximou de uma área baixa, teve o pneu traseiro estourado e avançou na contramão.
Na sexta-feira (20), às 7h, o ônibus deixou o terminal do Tietê, em São Paulo, rumo a diversas cidades na Bahia. O itinerário terminaria em Elísio Medrado, situado a 230 km de Salvador.