JOGOS ILEGAIS

A decisão inacreditável da Justiça que praticamente blindou Gusttavo Lima

Tribunal de Justiça de Pernambuco concedeu benefício ao sertanejo que está no centro de uma investigação por lavagem de dinheiro e exploração de jogos ilegais

Créditos: Reprodução/Instagram/@gusttavolima
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A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco concedeu, por unanimidade, um habeas corpus preventivo ao cantor Gusttavo Lima, que está no centro de uma investigação por lavagem de dinheiro e exploração de jogos ilegais. Com ela, a prisão do sertanejo durante a instrução do processo e no desenrolar das investigações está proibida de ser decretada por qualquer juiz de primeira instância.

Quem decidiu primeiramente pela concessão de tal benefício foi o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, tendo sido o habeas corpus preventivo mantido pelos demais pares do magistrado na 4ª Câmara Criminal do TJ-PE.

Em 23 de setembro, no auge da Operação Integration, Gusttavo Lima teve sua prisão preventiva decretada pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, responsável pelo caso. Na decisão dela, a magistrada afirmou que o artista teria ajudado dois suspeitos a deixar o Brasil, fazendo menção ao casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Henriques Truta Rocha, proprietários da empresa Vai de Bet, da qual Gusttavo Lima é sócio. A suspeita é de que o sertanejo teria dado carona em seu jato privado aos procurados pela Justiça, permitindo que eles fossem da Grécia, onde comemoravam seu aniversário, para as Ilhas Canárias, na Espanha, sem que fosse necessário desembarcar no Brasil, onde seriam detidos.

Acusações e investigação

O cantor Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco sob acusação dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. A fato teria ocorrido dia 15 de setembro, mas só agora veio à público com uma reportagem do Fantástico, da TV Globo. A investigação envolve ainda outras 53 pessoas, entre elas a influenciadora digital Deolane Bezerra.

Segundo o Fantástico, o sertanejo estaria envolvido num esquema para tornar legal dinheiro de origem ilícita proveniente do jogo do bicho, jogas de azar e das chamadas bets, empresas de apostas online. O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público de Pernambuco, que decidirá se apresenta a denúncia à Justiça para tornar o artista e os outros suspeitos réus.

A defesa de Gusttavo Lima reiterou que o cantor é inocente e que não cometeu qualquer irregularidade ou ilegalidade. A reportagem veiculada na atração jornalística dominical da Globo mostrou que transações envolvendo um jato particular do sertanejo, assim como de um helicóptero de luxo, junto com a emissão de inúmeras notas fiscais falsas com a mesma data, teriam sido a ponta do iceberg para que as autoridades policiais pernambucanas desconfiassem das atividades dos investigados.

Ele chegou a ter a prisão preventiva decretada pela Justiça, mas a decisão foi revogada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco menos de 24 horas depois. O cantor havia saído do Brasil pouco mais de 12 horas antes da determinação judicial que o colocaria na cadeia.

A matéria revelou ainda as relações pessoais entre Lima e outros acusados que seria centrais no esquema, donos das empresas de bet, como Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, e José André da Rocha Neto e a esposa dele, Aissla, donos da VaideBet.