RETIRADA

Após reportagem da Fórum, CNMP e MPMG removem post polêmico envolvendo militares

A publicação também foi removida do perfil do Instagram do Ministério Público de Minas Gerais, o único MP que também havia feito a publicação com a imagem

Créditos: Agência Brasil
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Após a publicação da matéria sobre a campanha "Assédio Eleitoral: Proteja sua Liberdade de Escolha", do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que utilizava uma imagem polêmica interpretada como uma referência indireta ao general Eduardo Villas Bôas, o CNMP optou por remover o post de suas redes sociais. A decisão foi tomada após o órgão ser procurado pela Revista Fórum para esclarecer a repercussão da publicação.

A publicação também foi removida do perfil do Instagram do Ministério Público de Minas Gerais, o único MP que também havia feito a publicação com a imagem.

Fontes ligadas ao CNMP afirmam que a retirada do post foi motivada pela crescente insatisfação que a campanha causou nos bastidores militares, especialmente entre oficiais do Exército Brasileiro. O desconforto foi particularmente acentuado entre aqueles que consideram o general Villas Bôas uma figura emblemática e venerada no meio militar. A imagem, que mostrava um general em uma cadeira de rodas ao lado de uma urna eletrônica, foi amplamente interpretada como uma afronta direta às Forças Armadas e à figura de Villas Bôas, que tem forte influência e respeito na instituição.

Conforme apurado pela coluna, o descontentamento nos círculos militares se transformou em uma pressão significativa para que o CNMP tomasse uma atitude. Oficiais enxergaram a publicação como um ataque simbólico à hierarquia e ao respeito tradicionalmente associados ao Exército e queriam uma espécie de retratação por parte do CNMP. Em meio a essa pressão, a remoção do post foi vista como um gesto de contenção para evitar um desgaste maior com as Forças Armadas.

O episódio também reverberou em alguns setores do governo. Embora membros do governo tenham tomado conhecimento da situação, optaram por não interferir, mantendo-se afastados do embate entre o CNMP e os militares. Essa neutralidade foi interpretada como uma tentativa de evitar uma escalada de tensão em um momento delicado, em que a relação entre governo e forças de segurança ainda se encontra em um infindável processo de reconstrução.

A remoção do post encerra, pelo menos por ora, o incômodo gerado pela campanha, mas o episódio reforça as sensibilidades envolvidas quando o tema das Forças Armadas é abordado por instituições externas.