Nesta quinta-feira (24), um vídeo publicado pelo canal da Marinha do Brasil no YouTube mostrou imagens de um exercício realizado entre um navio tático da frota brasileira e uma embarcação de guerra namibiana, na costa ocidental do continente africano, em águas territoriais da Namíbia.
De acordo com a Marinha do Brasil, os exercícios conjuntos envolveram manobras táticas como o "Leap Frog" ("salto de rã", em tradução livre), que ocorre quando os navios avançam na direção do outro de forma progressiva e paralela, na mesma velocidade (veja o vídeo abaixo).
Te podría interesar
Essa manobra costuma ser utilizada para estabelecer uma ligação entre os navios que permita a transferência de suprimentos e tripulação entre as embarcações.
O exercício, realizado entre os dias 21 e 23 de outubro, envolveu o NS Elephant, navio de guerra da frota da Namíbia, e a Fragata Defensora (F-41), do Brasil.
Te podría interesar
Construído com tecnologia chinesa, o Elephant foi oficialmente entregue à Marinha da Namíbia em julho de 2012, e é atualmente usado para o monitoramento das águas da zona econômica do país.
Já a Defensora, da Marinha Brasileira, é a segunda de uma série de seis navios dessa espécie — um modelo de embarcação tática construído na década de 1970 como parte do Programa de Renovação e Ampliação de Meios Flutuantes da Marinha.
No dia 22, a Defensora ainda conduziu uma simulação de abordagem de embarcações suspeitas, que consistiu em uma tentativa de abordagem do navio namibiano à Fragata, enquanto eram observados por Mergulhadores de Combate e pelo Grupo de Vistorias e Inspeções à bordo do navio brasileiro.
Também foram realizados treinamentos para pousos e decolagens a bordo dos navios, que têm capacidade para abrigar e operar aeronaves a partir de seu convés de voo.
O navio brasileiro guarda um helicóptero AH-11B Super Lynx, que é utilizado para atividades de emergência, como socorro aeromédico, operações de busca e salvamento, apoio logístico, levantamento fotográfico etc., de acordo com a Marinha brasileira.
De acordo com o Comandante da Defensora, Gustavo Almeida Matos de Carvalho, os exercícios em cooperação com a Namíbia são uma oportunidade de "aprimorar a interoperabilidade" e de "reforçar as capacidades de trabalhar em conjunto para promover a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul", conforme noticiou a Agência Marinha de Notícias.
Aliados de longa data
Desde 1994, Brasil e Namíbia compartilham um Acordo de Cooperação naval entre suas marinhas nacionais, criado para o desenvolvimento das forças navais do país africano após sua independência da África do Sul, em 1990.
O Acordo prevê a realização de treinamentos de formação de Oficiais militares-navais, cursos de especialização e estudos militares. A Marinha Brasileira já auxiliou na formação de pelo menos 1.179 militares namibianos na última década, o que corresponde a quase a totalidade do efetivo desse país.
Em 2009, de acordo com a instituição, foi estabelecido um Grupo de Assessoramento Técnico de Fuzileiros Navais em Walvis Bay, a cidade portuária que passou da jurisdição da África do Sul à Namíbia em 1994, para realizar o treinamento de 932 militares, esforços que levariam à criação do Corpo de Fuzileiros Navais da Namíbia dali a sete anos.