A profecia de Renato Russo parece se cumprir no Brasil: a nova geração de jovens do país se torna cada vez mais “burgueses sem religião”. Em pesquisa realizada na semana passada, o Datafolha mostrou que 25 por cento dos jovens da capital paulista afirmam não ter religião alguma, bem acima da média brasileira. É a mesma porcentagem geral de jovens que não confessam algum credo no Brasil inteiro, em pesquisa realizada em 2022
Em São Paulo, o eleitorado que votará no próximo domingo (27) é menos religioso que a média nacional e possui uma maior representação de adeptos da umbanda, candomblé e espiritismo, conforme dados da pesquisa Datafolha divulgada na semana passada.
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Entre os paulistanos, 16% afirmam não seguir nenhuma religião, comparado a 10% no Brasil como um todo. Além disso, 5% dos eleitores na capital são espíritas (contra 2% na média nacional) e 4% seguem a umbanda (em contraste com 2% no país).
A proporção de católicos em São Paulo é de 41%, abaixo dos 49% registrados na média brasileira. Já os evangélicos representam 23% dos eleitores paulistanos, enquanto no país essa fatia é de 27%.
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A diferença nas crenças religiosas é ainda mais acentuada entre os mais jovens: 25% dos eleitores com idade entre 16 e 24 anos dizem não ter religião, mesmo percentual observado na faixa etária de 25 a 34 anos. Entre os jovens, os evangélicos são maioria (30%), seguidos pelos católicos (23%) e umbandistas (6%).
É interessante destacar um fenômeno que já tem sido estudado há algum tempo: os “desigrejados”. Apesar de boa parte da juventude se declarar “sem religião”, isso não significa que não exercem algum tipo de espiritualidade. O que acontece é que não mais estão se vinculando às instituições religiosas, por vários motivos, que vão desde o moralismo exagerado de alguns aos constantes escândalos religiosos que enfraquecem lideranças e movimentos. Além de uma abertura maior a experiências diversas. Já não é tão raro encontrar, nos dias de hoje, pessoas que declaram uma “dupla-pertença” religiosa ou pessoas que frequentam vários espaços de fé, mas sem quaisquer vínculos doutrinários ou institucionais.