Anielle e Monica Benicio se manifestam sobre mandante da morte de Marielle

Às portas de completar seis anos, finalmente a investigação sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, fuzilada a rajadas de submetralhadora 9mm no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018, junto com seu motorista, Anderson Gomes, está chegando ao fim. Informações de fontes do inquérito do caso, atualmente nas mãos da Polícia Federal, dão conta de que, de acordo com delação do executor da parlamentar, o ex-PM Ronnie Lessa, o mandante do homicídio teria sido o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e ex-deputado estadual Domingos Brazão.

Agora, diante da confirmação da quase conclusão das investigações, a irmã de Marielle, a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, e a esposa da vítima à época, a hoje vereadora Monica Benicio, foram as redes sociais para se manifestarem oficialmente.

“São quase 6 anos da maior dor que já sentimos! Recebi as últimas notícias relacionadas ao caso Marielle e Anderson e reafirmo o que dizemos desde que a tiraram de nós: não descansaremos enquanto não houver justiça. A nossa família aguarda os comunicados e resultados oficiais das investigações e está ciente do comprometimento das autoridades para a resolução do caso. A resposta sobre esse crime - quem mandou matar Marielle e Anderson e o porquê – é um dever do Estado brasileiro”, escreveu a ministra Anielle.

Já Monica Benicio pregou prudência em relação à delação do assassino de sua irmã, visto o histórico de Lessa, mas disse que tem visto avanços no caso e que isso, em sua visão, deu-se por conta da federalização das investigações, à cargo da PF há pouco mais de um ano.

“Não existe crime perfeito. São 5 anos e 10 meses sem respostas, sem justiça. Desde a entrada da Polícia Federal no início de 2023 para colaboração no caso Marielle, finalmente temos visto avanços contundentes nas investigações. Vejo a possibilidade de delação premiada de Ronnie Lessa com esperança, mas sem otimismo exacerbado. Afinal, estamos lidando com um dos criminosos mais perigosos do submundo do Rio de Janeiro. Qualquer informação que o delator venha a dar precisa ser respaldada e corroborada pelas investigações minuciosas do andamento do caso. Nesse momento, especulações e sensacionalismo da impressa só atrapalham o caso. Queremos respostas e justiça e para isso é necessário comprometimento e responsabilidade de todos nesse momento. Marielle e Anderson merecem respeito e um desfecho responsável para as investigações. O Brasil e a democracia precisam de uma resposta séria, inquestionável, comprometida com a verdade. Todos os envolvidos nesse crime bárbaro que abalou a democracia do nosso país devem ser responsabilizados com o rigor da lei. Seguiremos cobrando respostas até que se faça justiça por Marielle”, postou a vereadora e então esposa de Marielle.