O Met Sul Meteorologia realizou a primeira previsão para o ano de 2024 no Brasil e no mundo. No ano passado, o El Niño ficou mais potente e trouxe eventos climáticos extremos em diversas partes do planeta desde os anos de 2015 e 2016, e continua exercendo forte impacto nos primeiros dias deste ano. Vale lembrar que 2023 foi considerado o ano mais quente em 125 mil anos, de acordo com o observatório europeu Copernicus.
A temperatura média global já está 1,2°C acima dos níveis pré-industriais e pode chegar a 1,46ºC, segundo escritório britânico de meteorologia e clima Met Office. O El Niño, aliado às mudanças climáticas, contribuiu para um aquecimento recorde e rápido, preocupando os cientistas. Faz sete anos desde que o Pacífico equatorial não atingia esse nível de calor. Existe uma alta probabilidade de que o El Niño termine, possivelmente por volta de abril.
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Especialistas consideram que caso haja um retorno da La Niña, aumenta a possibilidade de ocorrência de períodos frios intensos no inverno ou primavera, além de episódios de seca entre a primavera de 2024 e o verão de 2025. No entanto, é cedo para fazer previsões mais precisas.
Novas ondas de calor
O fim do El Niño, contudo, não indica o fim dos extremos. No Sul do Brasil, tempestades severas, ciclones e enchentes ainda podem ocorrer mesmo com o Pacífico em estado neutro ou durante a La Niña. Uma certeza é que 2024 será novamente um ano muito quente na Terra, com temperaturas acima da média, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, onde novas ondas de calor são esperadas.
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A incerteza reside em saber se será mais quente que 2023 globalmente. Alguns cientistas acreditam que sim, enquanto outros discordam, mas a diferença pode ser apenas de décimos. “Durante o primeiro ano de um El Niño, vemos um aumento da temperatura global nos últimos meses do ano, seguido por condições muito quentes durante os primeiros meses do ano seguinte”, afirma o cientista da Berkeley Earth, Robert Rohde.
Recordes podem ser ultrapassados
Já para Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, prevê que as temperaturas de 2024 no planeta ultrapassem os recordes do ano passado. Sua estimativa se baseia em tendências de longo prazo e na intensidade das condições atuais do El Niño para este início de ano.
Nick Dunstone, do Met Office, liderou a previsão do escritório britânico e disse ao Met Sul que poderá haver “dois novos anos consecutivos de quebra de recordes de temperatura global e, pela primeira vez, estamos prevendo uma chance razoável de um ano temporariamente ultrapassar 1,5 °C”.