Um crime cruel repercutiu em todo o Brasil na última sexta-feira (5). Um cidadão de origem eslovena chega com o filho pequeno na cadeirinha de uma bicicleta, com a esposa metros atrás em outro veículo, e é executado a tiros à queima-roupa bem na porta de casa, numa rua arborizada de um bairro residencial de Santos (SP). Dejon Kovac era descrito por todos, desde a atendente da padaria local até por sua própria mulher, como um sujeito tranquilo, discreto e reservado.
Pois a história envolvendo o assassinato é totalmente diferente, a começar pela própria identidade da vítima. Ele não se chamava Dejon Kovac, tampouco era esloveno. Na verdade, o sujeito baleado e morto era o sérvio Darko Geisler, e a Polícia Civil de São Paulo descobriu que ele era um matador de aluguel perigoso, que atuava para uma máfia da região dos Balcãs, acusado de cometer assassinatos, de portar armas e explosivos em Montenegro, um outro país da antiga Iugoslávia, assim como a Eslovênia e a Sérvia.
Te podría interesar
Em contato com autoridades diplomáticas eslovenas e sérvias, os investigadores descobriram que Geisler era procurado em várias nações e tinha seu nome constando na lista de difusão vermelha da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal. As coisas começaram a ser esclarecidas após uma foto da vítima, na qual aparece ao lado da esposa, passar a circular nas redes sociais, juntamente com a notícia de que ele tinha sido assassinado.
Para as autoridades brasileiras, fica claro que o sérvio vivia disfarçado no Brasil e que agia como se fosse outra pessoa, procurando passar sem ser notado. No entanto, pela forma como o homicídio foi praticado, sem qualquer possibilidade de ter sido um roubo malsucedido, por exemplo, e com um executor utilizando capuz e luvas, a Polícia Civil tem certeza de que Geisler foi descoberto por ex-companheiros de organização criminosa, ou por rivais, ou ainda por alguém ligado a uma de suas vítimas como matador de aluguel.
O caso seguem sob investigação da polícia paulista, mas para se aprofundar dependerá de informações repassadas pela Polícia Federal, Interpol e autoridades eslovenas e sérvias, que até o momento, dentro dos limites legais, vêm colaborando com os agentes que atual na elucidação do crime.