A rede de supermercados Atakarejo terá que pagar uma indenização em caráter de dano moral coletivo no valor de R$ 20 milhões em decorrência de um caso horrendo ocorrido há mais de dois anos numa unidade do estabelecimento de Salvador (BA). Em 30 de abril de 2021, Bruno Barros da Silva, de 29 anos, e Yan Barros da Silva, de 19, tio e sobrinho respectivamente, foram torturados e executados após terem sido flagrados furtando carne no local. As investigações mostraram que os seguranças que detiveram a dupla e praticaram a sessão de terror entregaram as vítimas a traficantes de uma comunidade próxima, para que então fossem mortos.
Um acordo judicial da empresa com a Defensoria Pública da União (DPU) e várias entidades negras foi homologado na segunda-feira (18). No documento ficou estabelecido que o montante milionário será aplicado no Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad) e servirá para custear, de preferência, iniciativas que guardem afinidade com o combate ao racismo estrutural.
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Participaram do acordo ainda, o subscrevendo, a Defensoria Pública do Estado da Bahia, o Ministério Público do Trabalho na Bahia, o Ministério Público Estadual, a ONG Educafro, a Odara – Instituto da Mulher Negra e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos. Os pagamentos serão feitos em 36 parcelas de valores iguais e o primeiro depósito está previsto para ocorrer no próximo mês.
Mesmo com a assinatura do acordo, outras medidas de natureza judicial, também na esfera criminal, podem ser tomadas ainda contra a empresa, bem como ações de indenização para os familiares dos dois homens assassinados.