"PUNHETAÇO"

Universidade expulsa parte dos alunos da "masturbação coletiva"; polícia de SP investiga

Apesar da grande repercussão gerada pelo caso repugnante, Universidade de Santo Amaro (Unisa) vem mantendo o silêncio

Alunos de Medicina da Unisa fazem "masturbação coletiva" em jogo de vôlei feminino.Créditos: Reprodução
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A Universidade de Santo Amaro (Unisa), até a noite desta segunda-feira (18), não se pronunciou oficialmente sobre o caso dos estudantes que promoveram "masturbação coletiva" durante um jogo de vôlei feminino em São Carlos (SP). Apesar do silêncio, a direção da instituição, segundo o portal Metrópoles, decidiu expulsar 6 estudantes que foram identificados no vídeo do ato repugnante que viralizou nas redes sociais. 

O gesto machista e agressivo para as mulheres e outros presentes no jogo universitário em questão, batizado de "punhetaço", foi protagonizado por estudantes de Medicina da Unisa em entre os dias  28 de abril e 1º de maio deste ano, mas as imagens só viralizaram no último final de semana. No vídeo, é possível ver que um grupo de alunos sem roupa invade uma quadra onde era realizada uma partida de vôlei feminino e passa a circular pelo local mostrando seus órgãos genitais

Nesta segunda-feira (18), a Polícia Civil de São Paulo informou que instaurou inquérito para investigar os estudantes que participaram do ato obsceno e, além de expulsos, os alunos envolvidos no caso podem ser condenados a até 1 ano de prisão. 

Governo e parlamentares se manifestam 

A ministra das Mulheres do governo Lula, Cida Gonçalves, se pronunciou, em vídeo divulgado através das redes sociais nesta segunda-feira (18), para condenar o fato.

Cida está em Nova York (EUA), onde participa de agendas da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Assembleia-Geral que terá início nesta terça-feira (19), e acompanha o caso de misoginia que circula nas redes sociais.

"O episódio da Universidade Santo Amaro, que veio à tona neste domingo, é um completo absurdo e estamos tomando as providências cabíveis", declarou. 

Além do pronunciamento da ministra, a pasta liderada por ela divulgou, também nesta segunda-feira (18), uma nota de repúdio na qual afirma que o comportamento dos universitários da instituição paulistana não deve ser normalizado e deve ser combatido no rigor da lei.

"Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero".

A nota informa ainda que, em parceria com o Ministério da Educação, o Ministério das Mulheres reforça o compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs. "Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência", diz o texto. 

O ministro da Educação, Camilo Santana, também se pronunciou sobre o assunto, informando que solicitou a notificação da Universidade de Santo Amaro para que providências sejam tomadas. 

"Determinei que o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), notificasse a Universidade de Santo Amaro (Unisa) para apurar quais as providências tomadas pela instituição em relação ao episódio que envolveu estudantes do curso de medicina durante partida de vôlei feminino que fazia parte das competições da Intermed, sob pena de abertura de procedimento de supervisão e adoção de medidas disciplinares. Repudio veementemente o ocorrido. É inadmissível que futuros médicos ajam com tamanho desrespeito às mulheres e à civilidade", escreveu Santana. 

Já a deputada estadual Andréa Werner (PSB-SP) entrou com uma representação no Ministério Público de São Paulo (MP/SP) requerendo a abertura de uma investigação para que “os autores sejam devidamente responsabilizados”.

“Estamos oficiando a @UnisaOficial, solicitando quais providências serão tomadas com relação aos alunos que praticaram o ato obsceno, e também o @mpsp_oficial, requerendo a abertura de investigação para que os autores sejam devidamente responsabilizados”, informou a parlamentar.