A menina Helena Peters de Macedo, de apenas 3 anos, morreu na madrugada desta segunda-feira (11), depois de sofrer graves lesões ao ser atropelada por um carro durante uma tradicional festa realizada em Juiz de Fora (MG).
Ela estava internada no Hospital Santa Casa de Misericórdia do município mineiro desde sábado (9), quando o motorista invadiu a área onde ficavam as pessoas que participavam do Torneio Leiteiro das Campeãs e atropelou 12 pessoas. Duas faleceram e 10 estão feridas.
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Além de Helena, Dionizia Marinho Lopes, de 56 anos, morreu na hora. A criança estava no colo dela na hora do atropelamento. A mulher era amiga da mãe da menina, que também participava do evento e ficou ferida.
Geovani Schaeffer, de 24 anos, quase foi linchado pelas pessoas que estavam no local, revoltadas após o atropelamento. Ele apanhou muito e está internado em estado grave.
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O que aconteceu
O motorista, que tem passagens criminais por agressão à ex-companheira e por desentendimento familiar, conforme a polícia, se envolveu em uma briga no final da festa.
Ele deixou o evento, mas pegou seu carro, invadiu o espaço em alta velocidade e atropelou quem estava na frente. Segundo testemunhas, ele disse antes: “Vou acabar com a festa”.
A prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), lamentou a tragédia e decretou luto oficial por três dias. “Imensa tristeza pela morte da Dionizia e também da pequena Helena. As duas foram vítimas de um gesto impensado de uma pessoa transtornada, que usou seu carro como arma no momento em que as pessoas estavam em uma festa que, inclusive, estava se encerrando”.
A prefeita classificou o caso como “uma tragédia”. “Foi um gesto aleatório e impensado em um evento muito bem organizado”, destacou a prefeita.
Policiamento
Margarida Salomão revelou que, antes da festa, a Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da prefeitura recebeu um ofício da Polícia Militar de Minas Gerais, 4ª Região, 27º Batalhão da PM.
No documento, havia o registro do pedido para o policiamento do evento. Porém, a PM respondeu que poderia se responsabilizar, mas não até o final da festa. O evento é promovido por uma comissão organizadora. A prefeitura apenas oferece apoio.
“Com isso, foi informado ao organizador do evento, bem como aos representantes da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, que a PM poderia atender ao evento, com lançamento de policiamento, todos os dias pleiteados, mesmo tendo a solicitação sido encaminhada de forma intempestiva, limitando apenas o horário de término até as 02:00 horas de cada dia, já que os militares empregados necessitam de descanso para a próxima jornada de serviço”, disse o ofício.
Resposta da prefeitura
A prefeita de Juiz de Fora lamentou a postura da PM de não se comprometer com a segurança dos cidadãos até o término do evento, mas somente até 2 horas da manhã.
“O protocolo nessas situações aconselha que o policiamento deva permanecer no local até cerca de duas horas depois do término, pois há acréscimo de tensão e maior possibilidade de conflitos”, destacou Margarida, elogiando a ação da Guarda Municipal, que esteve presente durante todo o período.
“É possível extrair lições do ocorrido, para prevenir, no limite do possível, a repetição de semelhante infelicidade. Entre elas, a necessidade de melhor articulação entre as forças de segurança, que devem acompanhar a vida da cidade, seu potencial de desenvolvimento econômico e de atração turística, além do compromisso de um direito fundamental: o direito de as pessoas conviverem com tranquilidade e paz no ambiente público”, ressaltou a nota da prefeitura.