Trabalhadores da saúde convidaram o governador Tarcísio de Freitas a almoçar com R$ 12, valor do vale-refeição (VR) pago aos funcionários públicos sob administração direta do estado de São Paulo. Na manhã desta quarta-feira (27), o SindSaúde-SP organizou um ato reivindicando o reajuste do VR para R$ 43,27, correspondente a 253% do disponibilizado atualmente.
"Convidamos o governador e seu secretariado para um almoço de R$ 12", dizia a faixa estendida pelos funcionários durante o ato. A luta faz parte da Campanha Salarial 2023, uma série de movimentações do sindicato nas negociações por suas reivindicações, que teve início em fevereiro deste ano.
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O ato serviu um almoço condizente ao valor oferecido no vale-refeição, conforme o "cardápio variado" do sindicato: a entrada foi composta por uma salada de folha de alface e uma rodela de tomate; coxinha e suco em pó foram o prato principal, já bem conhecido pelo paladar do trabalhador paulistano; e uma paçoquinha, sobremesa de baixo custo.
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Quais são as reivindicações?
A manifestação ocorreu em frente à Secretaria da Fazenda, no bairro da Sé, na capital paulista. Além do reajuste de alimentação diária, os trabalhadores também exigiram valorização salarial e profissional, aplicação efetiva do piso da enfermagem, abertura de concursos públicos, reajuste do Prêmio de Incentivo e a revogação da reforma administrativa estadual, sob a justificativa de prejuízos ao funcionalismo público.
"A preocupação desse governo com os funcionários da saúde é zero!", exclamou Cleonice Ribeiro, presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São Paulo. Ela relembrou que os funcionários da saúde foram aqueles que salvaram vidas durante a pandemia de Covid-19 e que o grupo não deseja aplausos, eles querem as condições de "por alimentação na mesa de nossos filhos".
- O pedido pelo reajuste do vale-refeição para R$ 43,27 surgiu de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), que percebeu o valor como preço médio da refeição em São Paulo. Os trabalhadores usam o termo "vale-coxinha" para se referir ao baixo benefício oferecido.
- No que se refere ao Piso da Enfermagem, o governo do estado de São Paulo ainda não colocou em prática a atualização da Lei 14.434/2022. Segundo avaliação do SindSaúde, o levantamento realizado pelo Dieese revela que o estado não depende de repasse federal para aplicar o piso salarial.
- Cleonice ainda afirmou que, durante as conversas de negociação, o Secretário da Saúde, Eleuses Paiva, admitiu não saber o que é o bônus garantido aos funcionários da saúde do governo estadual. O bônus foi publicado no Diário Oficial, disse ela.