A morte de Hyara Flor Santos Alves, uma adolescente de 14 anos de origem cigana, está intrigando a Polícia Civil da Bahia, que investiga o caso. Ela foi baleada em Guaratinga (BA) e há uma série de elementos envolvendo o suposto assassinato da vítima, como traição e brigas entre as famílias dela e do marido, também de 14 anos.
O rapaz é acusado pelo pai de Hyara, Hiago Alves, de ser o autor. Familiares da jovem apontam a família do adolescente com sendo responsável pela morte.
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Ela chegou a ser encaminhada ao hospital pela família do marido, com tiros no pescoço. Porém, não resistiu aos ferimentos.
De acordo com as investigações, os parentes do marido da vítima alegam que os disparos foram acidentais, enquanto Hyara limpava uma pistola.
O jovem e seu pai, além de outro homem possivelmente da família, não foram localizados pela polícia desde que Hyara foi hospitalizada. Eles ainda não prestaram depoimento.
Já o pai da vítima afirma que ela foi assassinada por vingança contra a família. A motivação seria uma traição envolvendo a mãe do rapaz e o tio de Hyara, que seriam amantes.
O pai do jovem teria convencido o adolescente a matar a própria esposa, depois de ser vítima de traição, segundo a versão do pai da adolescente.
"Eles armaram, me induziram [a permitir o casamento]. Mataram minha filha, em uma morte injusta, por vingança. Meu irmão tinha caso com a mulher dele [sogro de Hyara], ao invés dele descontar e brigar com meu irmão, eles mataram minha filha inocente", declarou Hiago, em entrevista ao G1.
Nany Guimarães, mãe da adolescente, desmentiu uma notícia de que o marido teria oferecido R$ 300 mil para quem encontrasse o responsável pelo crime.
As investigações
A polícia já tem em mãos imagens de câmeras de segurança da rua onde as famílias moravam. Também está colhendo depoimentos.
As autoridades, a princípio, apuram o crime de feminicídio. Janaína Panhossi, advogada da família de Hyara, declarou que acompanha o caso de perto para que seja resolvido rapidamente.
O casamento entre adolescentes é parte cultura dos povos ciganos, mas é inválido perante a lei. A cerimônia aconteceu há cerca de 45 dias e, segundo o pai de Hyara, a união foi arranjada por ele e seu primo, pai do jovem.