A Polícia Militar de São Paulo decidiu trocar as balas de borracha por bean bags, após dez anos da implementação das munições de elastômero, em junho de 2013. Até junho de 2023, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), pasta responsável pela PM, havia comprado 20 mil modelos de bean bags com investimento de R$ 620 mil, o equivalente a R$ 31 por unidade. A pasta é comandada pelo ex-capitão da Rota, o bolsonarista Guilherme Derrite, no governo Tarcísio Gomes de Freitas.
Em 2021, a PM já havia informado ao G1 que "a instituição substituirá gradativamente as munições de elastômero pelas bean bags". Em junho deste ano, a PM encontrou "inconformidades" em 170 mil cartuchos de balas de borracha, produzidas pela empresa nacional Condor S/A Indústria Química.
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As bean bags são consideradas menos letais e podem ser disparadas de uma distância mais curta em comparação com as balas de borracha. Esse tipo de munição é utilizada por instituições de policiamento em países como os Estados Unidos e México.
Elas são pequenas esferas de chumbo alojadas dentro de saquinhos e guardadas dentro de cartuchos de calibre 12. Segundo nota da SSP, elas: "São projetadas para dispersão de energia sobre uma área mais ampla, o que ajuda a reduzir o risco de ferimentos graves ou letais; capacidade de minimizar o risco de penetração em tecidos moles, como a pele humana".
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Uso de balas de borracha
As balas de borracha começaram a ser usadas nas manifestações de junho de 2013, quando seu uso violento resultou em condenações da Justiça por danos morais e o pagamento de indenização por parte do Estado.
De acordo com a ONG internacional de direitos humanos Artigo 19, 837 pessoas no país ficaram feridas nos atos, sendo 117 jornalistas. Casos emblemáticos do fotógrafo Sérgio Silva – que ficou cego após disparo de bala de borracha da PM – e dos sete repórteres feridos da Folha de S. Paulo ajudam a elucidar a mudança nas munições.