SEXTOU DE VERDADE

Semana de 4 dias: Empresas brasileiras adotam redução na jornada de trabalho

Maior produtividade, desempenho e comprometimento são alguns dos efeitos após a implementação da escala 4x3

A síndrome de Burnout está interligada com o excesso de horas na jornada de trabalho.Créditos: Pixabay
Escrito en BRASIL el

A tendência da diminuição da jornada de trabalho já é realidade em países europeus, como Reino Unido, Bélgica e Escócia. Com alteração na carga horária de 40 horas para 32 horas, a escala 4x3 permite que o funcionário não apenas descanse aos finais de semana, como também gerencie melhor a sua vida para além da sua profissão.

Algumas empresas brasileiras nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná começaram a adotar esse tipo de flexibilização e notaram a diferença na qualidade do trabalho realizado pelo colaborador e o maior comprometimento com a empresa, segundo reportagem do jornal O Globo.

Os resultados positivos perante a nova tendência de reduzir a carga de trabalho desmistificam a concepção de muitos empresários sobre a atitude, que acreditam que ao implementarem a redução, perderão a credibilidade ou o funcionário perderá seu compromisso com o trabalho. 

Empresário com opinião desfavorável à redução da jornada de trabalho
Créditos: LinkedIn

Não é novidade que um profissional que esteja saudável e feliz reflita positivamente em sua produtividade e criatividade ao longo dos projetos da empresa, mas algumas corporações se esquecem que o planejamento e distribuição de escalas e demandas pode acarretar num melhor resultado. 

De acordo com o estudo realizado por Paul Ferreira, vice-diretor do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (NEOP) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), 43% dos trabalhadores brasileiros se sentem sobrecarregados, além de 30% sentirem pressão por resultados e metas

Em 2020, quando a pandemia de Covid-19 impossibilitou grande parte das empresas de continuarem com o modelo presencial e obrigou o mercado a se adaptar através do home office, algo parecido era discutido. Após a crise sanitária, mesmo sem a obrigatoriedade de manter distância física, diversos negócios permaneceram no trabalho remoto ou híbrido, devido à economia e ao bem-estar de trabalhar em casa. 

Os dados do Relatório de Trabalho Remoto de 2022, realizado pela empresa Revelo, mostraram que de 83,6% dos profissionais que estavam em home office na quarentena, 73,4% continuaram trabalhando assim.

Longas jornadas de trabalho podem provocar Burnout

A Síndrome de Burnout, responsável pelo colapso mental após a sobrecarga de trabalho, é um distúrbio emocional que contribui para que o trabalhador deixe de ser produtivo, procrastine mais e não seja capaz de lidar com a rotina profissional. 

As longas jornadas de trabalho e o número exagerado de demandas estão diretamente ligados ao esgotamento, que leva funcionários qualificados a perderem seus empregos e serem negligenciados dentro das empresas. 

A adaptação de escalas mais humanizadas, que possam oferecer tempo para o cuidado da saúde mental, descanso físico, emocional e psicológico, o convívio com a família e o respeito pela vida individual dos trabalhadores, pode ser um antídoto para a diminuição de casos da síndrome.