As famílias que vivem no Acampamento Popular Dom Tomás Balduíno, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Formosa, no estado de Goiás, foram surpreendidas por policiais e jagunços (seguranças armados) de fazendeiros da região, que vêm as ameaçando, revistando e impedindo a livre circulação no local desde a última sexta-feira (23).
O acampamento, que existe há 7 anos e reivindica as terras desde então, está sofrendo ataques por conta da reintegração da área, de acordo com a polícia, visto que o processo de posse das terras ainda está em tramitação na Justiça, através de ação do Conselho de Conflitos Fundiários (CCF).
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As famílias foram revistadas, abordadas de forma violenta e os policiais e paramilitares cercaram a entrada do acampamento, impedindo o acesso às casas. Nenhuma documentação foi apresentada para justificar tais atitudes.
"As famílias acampadas foram ameaçadas pelos agentes armados, que estiveram no local realizando rondas com viaturas, drones, mapeando todos acampados e acampadas”, informou a Assessoria do Movimento Sem-Terra do Estado de Goiás.
Os líderes do acampamento já foram alvo de ameaças anteriormente. A causa de um incêndio devastador, que ocorreu em 2022, está sendo investigada pela polícia, mas ainda não há confirmação se foi espontâneo ou criminoso.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) compareceu ao local para realizar a mediação do conflito e oferecer suporte às famílias, que permanecem em estado de vigilância.
A direção do MST de Goiás se pronunciou em nota:
“Conclamamos aos defensores da Reforma Agrária e dos Direitos Humanos para que contactem as autoridades competentes e contribuam na defesa das famílias Sem Terra", diz o movimento