OPERAÇÃO "NO MERCY"

Hospital de Juiz de Fora que socorreu Bolsonaro na facada tem desvio milionário de verbas

Ministério Público deflagrou Operação “No Mercy”, que aponta desvio milionário de recursos públicos no Hospital Santa Casa de Juiz de Fora; diretor é afastado do cargo

Hospital Santa Casa em Juiz de Fora.Créditos: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Cumprindo mandados de busca e apreensão, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) junto com atuação de promotores do Rio de Janeiro, deflagrou na Operação “No Mercy” desvios de verbas públicas da saúde em Juiz de Fora nesta quinta-feira (15).

Investigações se iniciaram a partir de denúncias de favorecimentos pessoais e desvio de recursos públicos e privados no Hospital Santa Casa de Misericórdia. O juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Juiz de Fora, Daniel Réche da Mota, pediu afastamento de profissionais e do diretor da unidade, Renato Loures, assim como suspensão de contratos suspeitos.

"Também estão sendo efetivadas medidas cautelares criminais diversas da prisão consistente no afastamento de cargo e suspensão de contratos identificados como suspeitos", afirma o MPMG.

O valor do desvio totaliza mais de 8,5 milhões (R$ 8.679.400,84), que envolvem indisponibilidade de bens e sequestro de imóveis. De acordo com o jornal O Pharol, as denúncias foram realizadas em 2019, quando o MP instaurou procedimentos para investigação.

Renato Loures é investigado por aluguel e reforma de imóvel próprio para a Santa Casa de Juiz de Fora, recebimentos indevidos de honorários médicos entre os anos de 2018 e 2019 sem a contraprestação laboral, bem como adulteração de documento e recusa em apresentar documentos requisitados pelo Ministério Público. Filha e genro do diretor também estão sendo investigados.

O MPMG não informou detalhes da investigação e a quantidade de pessoas que foram presas, o processo tramita sob sigilo judicial. Em nota, a Santa Casa informou que já vinha colaborando com as investigações do Ministério Público, “mantendo a postura de transparência que sempre foi adotada pelo Hospital e sua diretoria".

Durante sua campanha para presidência  em 2018, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi esfaqueado e teve atendimento na Santa Casa de Juiz de Fora. Em 2020, por emenda do próprio ex-presidente, o hospital que estava com caixa negativo de R$ 20 milhões, recebeu uma verba de R$ 2 milhões.

*Com informações de Estado de Minas