Pouco mais de uma semana após defender o "direito" do comediante Leo Lins de fazer "piadas" racistas, o humorista Fábio Porchat voltou às redes sociais, nesta sexta-feira (26), para se desculpar pelo posicionamento e anunciar que apagou as publicações que causaram polêmica.
Tudo começou após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinar que Léo Lins, tido como o "rei do humor negro", delete de seu canal do YouTube o vídeo de um espetáculo, publicado em 2022. Segundo a decisão da juíza Gina Fonseca Correa, que atendeu pedido do Ministério Público, o show do comediante estaria "reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados". Entre os temas, são mencionadas "piadas" com a escravidão, perseguição religiosa, minorias, pessoas idosas e com deficiência.
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Ao se manifestar sobre o assunto, Fábio Porchat defendeu o colega e afirmou não ver problemas nas piadas que ridicularizam minorias sociais, como os negros ou homossexuais.
"Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo", dizia um trecho do texto do humorista.
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Em vídeo divulgado através do Instagram após a repercussão de sua primeira fala sobre a decisão judicial contra Léo Lins, Porchat disse que leu "muita coisa", recebeu "muitas mensagens" e conversou "com muita gente legal".
"E eu entendi muito bem as reações (...) Minha posição nunca foi defender um humor racista. Eu sempre tentei defender um humor que não causasse dor, que não machucasse", declarou.
"Falei de forma rasa e confusa, então eu errei (...) Do jeito que ele tava, era solto, irresponsável, abria margem para validar algumas coisas que eu não concordo", prosseguiu, dizendo ainda que sua intenção era tratar sobre "liberdade de expressão".
Entenda o caso
A decisão da Justiça paulista proíbe que Leo Lins publique, transmita ou mantenha em seus canais "conteúdo depreciativo ou humilhante em razão de raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres, ou qualquer categoria considerada como minoria ou vulnerável".
Também foi determinado pela magistrada a proibição de que Léo Lins deixe a cidade de São Paulo por mais de dez dia sem autorização judicial e determinou que ele compareça mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades.
Posteriormente à decisão da Justiça, a defesa de Léo Lins declarou que vai recorrer da determinação e classificou como "censura prévia".