DOENTIO

Post sugere confissão de assassinato no caso de bolsonarista que atropelou suspeito em SP

Ironia explícita mostraria intenção de matar suposto envolvido em furto. Novo trecho revela que motorista negou socorro à vítima. Sadismo de Christopher Rodrigues chocou o país

Christopher Rodrigues e a postagem que pode complicá-lo.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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O caso do motorista de aplicativo bolsonarista que atropelou e matou um jovem de 21 anos suspeito de ter furtado um celular, numa movimentada avenida do Centro de São Paulo, em 25 de abril, e que postou um verdadeiro “stand up comedy” macabro debochando e fazendo piadas infames sobre a vítima, que agonizava, pode tomar um outro caminho na Justiça.

A ocorrência foi registrada como morte acidental, mas as evidências, sobretudo oriundas de postagens feitas nas redes sociais por Christopher Gonçalves Rodrigues, de 26 anos, fazem supor que o ato teria sido proposital. Além de todo o deboche mórbido nas horas após o ocorrido, pouco tempo após o atropelamento, o motorista publicou com ironia que o acusado de furto “sem querer parou embaixo do seu carro”, para na sequência escrever explicitamente que “o mandou conhecer o tio Lúcifer”. Há ainda um novo trecho registrado em vídeo em que ele se nega a tirar o automóvel de cima do jovem esmagado, o que facilitaria tudo para quando o socorro, que havia sido acionado, chegasse.

Postagem de Christopher em que ele sugere que atropelamento foi proposital

Diante da pressão da opinião pública e da barbárie do seguidor radical do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que deu um jeito de colocar o nome do presidente Lula (PT) e de seus eleitores no meio do sórdido circo deprimente que protagonizou em pleno Viaduto Júlio de Mesquita Filho, na Bela Vista, a Polícia Civil de São Paulo informou que a ocorrência não foi encerrada e que Christopher pode ser indiciado por homicídio doloso, uma vez que sua conduta e provas criadas contra si podem levar à conclusão de que ele agiu de forma deliberada, com a intenção de matar Matheus Campos Silva, de 21 anos.

“O foco é saber se foi homicídio doloso ou culposo. Basicamente, é o primeiro foco para depois analisar possíveis que crimes que orbitem, haja vista que ele tirou fotos e zombou do possível furtador”, disse o delegado responsável pela ocorrência, titular do 5º DP da capital, Percival Alcântara.