FEMINICÍDIO

Os detalhes horripilantes da morte da jovem do PA que foi viver com “místico” do RS

Espadada, “templo”, “adrenalina”, corpo queimado em tambor. Polícia revela informações de crime bárbaro e assustador que teria sido cometido por influencer religioso que dava consultas

André Ávila e Leila Rocha, suspeito de autoria e vítima do crime, respectivamente.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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O crime bárbaro que pôs fim à vida da jovem Laila Vitória Rocha, de 20 anos, que saiu de Parauapebas (PA) para encontrar um influencer “místico” religioso do outro lado do Brasil, em Porto Alegre (RS), por quem se apaixonou, começa a ser esclarecido de forma mais pormenorizada pela Polícia Civil gaúcha.

As primeiras informações sobre o assassinato, ocorrido no último domingo (5), colocavam André Ávila, de 37 anos, que se apresentava nas redes sociais como “Victor Samedi”, um “influencer” com 35 mil seguidores que se mostrava um “místico”, criador da própria religião e prestador de serviços espirituais, já que cobrava valores superiores a R$ 300 por uma “consulta”, como principal suspeito.

Quando a Brigada Militar chegou ao imóvel, após ser acionada por vizinhos que sabiam das agressões contra a moça e que ouviram tiros, os policiais encontraram Laila já muito machucada e parcialmente carbonizada dentro de um tambor que serviria como lareira.

As novas informações divulgadas com o andamento do inquérito apontam que esse tal tambor onde a vítima foi não totalmente incinerada ficava numa espécie de “templo” construído por Ávila, que seria para a adoração de uma entidade religiosa que ele mesmo inventou. Os investigadores descartaram a possibilidade de tudo ter ocorrido durante um ritual.

O acusado acabou sendo preso há alguns dias após sair de uma área de mata no município de Viamão, onde se escondia. Ele era dado como procurado por ter fugido do local do homicídio de Laila, e rompeu uma tornozeleira eletrônica que o monitorava após ser condenado por uma tripla tentativa de homicídio ao atirar contra dois PMs e um policial civil, em 2007.

Na delegacia, Ávila disse que matou Laila a golpes de espada, mas que teria sido uma reação ao fato de a jovem paraense ter puxado o objeto para ele, como forma de ameaçá-lo. De acordo ainda com a oitiva do suspeito, ele se lembraria pouco do que ocorreu porque estava “com muita adrenalina”, além de ter passado a tarde bebendo com a vítima. O “místico” diz apenas que deu vários golpes de espada em Laila, mas que não se lembra em que partes do seu corpo e nem quantas vezes, sendo que sua memória só se recorda do corpo dela já no chão, que teria ficado repleto de sangue.

Ávila mora num terreno em Porto Alegre onde construiu um “templo” para a religião que ele mesmo criou. Nas redes sociais ele surge em locais com muitas caveiras, outras imagens e objetos que seriam, segundo sua própria definição na delegacia, típicas de um profissional das “ciências ocultas”. Entre os “serviços” oferecidos pelo homem estariam “fazer fortuna”, “separar casais” e “acabar com a beleza de inimigos”.