CRIME MACABRO

Ela foi do PA ao RS encontrar o “amor”, mas terminou queimada num tambor

Suspeito de 3 homicídios tentados, homem é popular na internet, onde conheceu a vítima. Ele fundou uma espécie de seita e é venerado por 35 mil seguidores

André Vilela e Laila Rocha.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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Laila Vitória Rocha tinha 21 anos e morava na cidade de Parauapebas, na região leste do Pará. Ela conheceu um homem pelas redes sociais, por quem se apaixonou perdidamente. Para ela a diferença de idade do homem identificado desde o início como “Victor Samedi”, de 37 anos, não fazia a menor diferença, já que o via como um "líder". O problema mesmo estava na distância, já que ele vivia em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no outro extremo do Brasil.

O tal “Samedi” é uma figura relativamente conhecida na internet, onde mantém mais de 35 mil seguidores em algumas redes e professa uma espécie de religião inventada. Os usuários o veneram e o chamam até de “mestre”. Dizendo-se um “necromante”, ele diz que realiza “qualquer tipo de trabalho” e cobra mais de R$ 300 por aquilo que chama de “consultas espirituais”.

No fim de janeiro Laila resolveu encarar a viagem e atravessou mais de 3,5 mil quilômetros para ir morar junto com “Victor Samedi”, que na verdade se chama André Vilela, um sujeito que, além de certa fama no mundo virtual, estava em liberdade por decisão da Justiça, mas monitorado por uma tornozeleira eletrônica após ser o principal suspeito de uma tripla tentativa de homicídio.

Em pouco menos de dois meses de convivência Laila percebeu que não era só o nome da pessoa por quem se apaixonou que era falso. O comportamento também, já que Vilela a agredia constantemente sob a alegação típica dos agressores de mulher, a de que a vítima de alguma maneira se comportava de forma errada.

No último domingo (25), vizinhos do imóvel onde o influencer religioso morava com Laila, já sabendo das agressões ocorridas, ouviram tiros. A Brigada Militar foi acionada e ao chegaram à casa encontraram a jovem morta e com o corpo parcialmente carbonizado dentro de um tambor usado como lareira.

Vilela não estava na cena do crime e até a manhã desta terça-feira (28) seguia foragido, segundo a Polícia Civil gaúcha. Sua defesa emitiu uma nota afirmando que está mediando a rendição do acusado, para que ele se entregue o quanto antes às autoridade, frisando que “os atos cometidos não ocorreram da forma como foram estampados”.

“Eu não queria que ela viajasse. Ela disse que ia ficar só 15 dias e ficou mais tempo e não vai voltar viva. Final do mês ela ia voltar para casa. Estava tudo certo. Agora minha filha está morta”, disse desesperada Francisca da Silva Rocha, mãe da jovem morta. Familiares informaram que a vítima já vinha relatando as agressões sofridas e que prometia voltar em breve para o Pará.