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Um mês antes do atentado em escola, Tarcísio suspendeu programa “Psicólogos na Educação”

O programa atendia as 5,1 mil escolas estaduais de São Paulo; após ataque que provocou a morte de uma educadora, a iniciativa deve voltar

Atentado promovido por aluno em SP.Créditos: Reprodução/SBT
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Pouco mais de um mês antes do atentado que provocou a morte de uma professora e deixou cinco feridos, na Escola Estadual Thomazia Montoro, nesta segunda-feira (27), o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia suspendido o programa "Psicólogos na Educação”.

A iniciativa colocava à disposição de todas as 5,1 mil escolas estaduais cerca de mil psicólogos para atendimento de professores e alunos. Os gestores das instituições de ensino foram avisados da medida no dia 6 de fevereiro.

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O programa foi criado em 2021, durante a pandemia da Covid-19, e tinha como objetivo central “aproximar os serviços de assistência e saúde mental”.

Durante coletiva, nesta segunda (27), Renato Feder, secretário de Educação, declarou que disponibilizou uma equipe de psicólogos, exclusivamente, para a escola Thomazia Montoro.

Feder afirmou, ainda, que está no cronograma da secretaria a “contratação de 150 mil horas de atendimento psicológico e psicopedagogo para escolas estaduais”.

Segundo a Secretaria de Educação, o programa Conviva, ao qual o “Psicólogos na Educação” estava vinculado, contará com 5 mil novos profissionais, que deverão se dedicar à aplicação das políticas de prevenção à violência nas unidades de ensino.

“Próximo ataque não é questão de se, mas de quando”, dizem especialistas

A tragédia que ocorreu nesta segunda-feira (27) na escola Thomazia Montoro parou o país. Um adolescente assassinou uma professora e deixou outras pessoas feridas em um ataque fomentado pelo terrorismo de extrema direita.

A extensa maioria dos casos de violência deste tipo tem algumas características particulares: são realizados por meninos brancos e as vítimas são usualmente mulheres, sejam elas professoras ou alunas, além de pessoas negras e LGBT.

O acesso a esse tipo de ideologia vem através das redes sociais, chats e outras formas de organização da extrema direita. 

“Esses meninos se organizam pela internet, têm uma postura masculinista e são vinculados ao extremismo de direita. Existe um protocolo e organização pautada em estratégias neonazistas. A caveira de ontem é um símbolo neonazi”, disse o educador Daniel Cara., em entrevista ao Programa Fórum Café.