A cidade de São Paulo foi surpreendida, na manhã desta segunda-feira (27), por um crime que chocou o país. Um adolescente de 13 anos esfaqueou e assassinou a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, e deixou cinco feridos (outras três educadoras e dois estudantes), dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia.
Um vídeo da câmera de segurança da instituição de ensino mostrou o momento em que o adolescente, aluno da 8ª série, atacou, com uma faca, a professora e diversos alunos.
Te podría interesar
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://bit.ly/doc8dejaneiro e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
Um estudante da escola relatou a repórteres que estavam no local que o atentado estaria relacionado a um caso de racismo ocorrido na semana passada, que gerou uma briga entre o autor e outro garoto.
Te podría interesar
“Ele e o menino começaram a brigar porque ele chamou o menino de preto, macaco. O menino não gostou e partiu para cima dele. Aí a Bete, que é a professora, separou. Hoje, esse menino que chamou o outro de macaco veio com uma faca e esfaqueou várias vezes”, relatou o garoto.
Um novo vídeo de uma câmera de segurança instalada na sala de aula mostrou que o autor do atentado foi rendido por duas professoras quando agredia uma outra estudante.
As imagens mostraran uma professora segurando o adolescente, aplicando uma espécie de “mata-leão”. Enquanto ela tentava tirar o jovem de cima de uma garota negra, outra professora chegava para auxiliar e, assim, conseguiram detê-lo.
Pelas redes sociais, o secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Ariel de Castro Alves, se manifestou.
“Em SP hoje, ocorreu mais um caso terrível e chocante de violência nas escolas! Toda nossa solidariedade às vítimas e seus familiares! O Brasil precisa urgentemente de uma educação para a Cultura de Paz, para a Cidadania e os Direitos Humanos”, tuitou.
Quem é a professora morta esfaqueada por aluno
A professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, que lecionava na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, foi assassinada, nesta segunda-feira (27), depois de ser esfaqueada por um aluno dentro da sala de aula. Outras três educadoras e dois alunos ficaram feridos.
Elisabete sofreu uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário, da USP. Ela era professora de Ciências, no ensino fundamentale e médio, e atuava no estabelecimento de ensino desde o começo de 2023.
“Ela era uma pessoa dedicada a lecionar, como propósito de vida. Ela achava que ela tinha essa missão, em um país com tanta falta de educação, se ela pudesse mudar a trajetória de um aluno, ela já ganhava com isso. Ela era muito querida por onde ela passou”, afirmou uma de suas filhas, em entrevista ao G1.
Bete, como era chamada por colegas e alunos, também trabalhou no Adolfo Lutz como técnica e, a partir de 2015, passou a lecionar. Em 2020, se aposentou do instituto. Antes de atuar na Escola Estadual Thomazia Montoro, ela dava aulas na Escola Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, em Pinheiros (SP).
Divulgada suposta carta do autor do atentado
Uma carta que teria sido escrita pelo adolescente de 13 anos foi apresentada pela reportagem do telejornal Balanço Geral, da TV Record, na tarde desta segunda (27).
No papel apresentado pela emissora de televisão, o garoto fala de “causa maior”, ainda que sem explicar claramente ao que se referia, além de pedir desculpas aos familiares pelo ato que viria a cometer.