Trechos do depoimento do adolescente de 13 anos que matou uma professora e feriu outras docentes e alunos na manhã desta segunda-feira (27), na escola estadual Thomázia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo, dado à Polícia Civil, foram revelados pelo site Metrópoles. O menor foi ouvido pelo delegado do caso na presença dos pais.
O autor dos brutais golpes de faca que atingiram as costas e a cabeça de Elisabete Tenreiro, de 71 anos, e que ainda provocaram ferimentos em outras duas professoras e em dois colegas de classe, que estão bem e já tiveram alta, admitiu aos policiais que vinha planejando o ataque “havia muitos anos” e que ele “queria se vingar e acabar com toda a angústia que sentia”, ainda que não fique claro de que vingança falava, já que o aluno estava há poucos dias naquela unidade de ensino, removido de uma outra escola, em Taboão da Serra, por conta de seu comportamento violento e ameaçador.
Te podría interesar
Ele disse que “sentia vontade de matar pessoas, aproximadamente umas duas, e depois se matar” e que “queria ter cometido o crime com uma arma de fogo”, que “tentou adquiri-la pela internet sem sucesso” e que “seus planos vinham falhando”.
Ele disse que era discriminado na nova escola e que sofria bullying por ser chamado de “rato de esgoto”, o que teria dado origem à confusão na qual se envolveu na última semana, quando chamou um colega de classe negro de “macaco”, dando início a uma briga física que foi separada e resolvida pela professora Elisabete, morta nesta manhã.
Te podría interesar
O menor confessou ao delegado que se inspirou no ataque de 2019 realizado numa escola de Suzano (SP) cometido por dois jovens ex-alunos da instituição, de 17 e 25 anos, que deixou sete mortos e 11 feridos a tiros e machadadas. Ele também afirmou ter inspiração no famoso ataque de Columbine, levado a cabo em 1999, nos EUA, que deixou 13 pessoas mortas e 24 feridas, além dos dois executores.
Dias antes da tragédia, contou o adolescente aos policiais, fez postagens num perfil do Twitter em que se apresentava com o sobrenome de um dos assassinos do Massacre de Suzano e até publicou fotos com a faca usada hoje, falando que faria “uma baguncinha na escola”. Por fim, o autor das facadas disse que “apenas queria atingir a várias pessoas e se matar em seguida”, tendo escolhido os alvos aleatoriamente.