REFORMA AGRÁRIA

Mulheres do MST ocupam fazenda que pertencia a grupo de tráfico internacional de pessoas

600 famílias ocuparam latifúndio desocupado desde 2009; elas exigem que terreno vá para reforma agrária

Ocupação foi comandada por mulheres do MST; latifúndio está nas mãos da União desde 2016Créditos: Divulgação/MST
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Mais de 600 Famílias Sem Terra invadiram a Fazenda São Lukas, localizada em Hidrolândia, Goiás, na madrugada deste sábado (25).

A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que acontece em todo o país durante o mês de março.

“Com nossa Jornada, denunciamos o crescimento das violências contra as mulheres do campo e esta área representa o grau de violência que sofremos”, explica Patrícia Cristiane, da direção nacional do MST

A área ocupada faz parte do patrimônio da União desde 2016, mas antes disso, pertencia a um grupo criminoso que foi condenado em 2009 por tráfico internacional de pessoas e exploração sexual.

Segundo a Polícia Federal, o grupo criminoso era composto por 18 pessoas e utilizava a fazenda para prender dezenas de mulheres, muitas das quais eram adolescentes que posteriormente eram traficadas para a Suíça e forçadas à exploração sexual. 

O esquema foi mantido por três anos, e as vítimas eram principalmente mulheres goianas das cidades de Anápolis, Goiânia e Trindade.

De acordo com as investigações, o grupo criminoso já tinha anos de trabalho e adquiriu a fazenda com os lucros da exploração de mulheres.

Além de denunciar a exploração sexual das mulheres e adolescentes, a ocupação também tem como objetivo garantir que a terra cumpra sua função social e seja utilizada para assentar famílias sem terra.

“Exigimos que esta área, que antes era usada para violentar mulheres, seja destinada para o assentamento destas famílias, para que possamos produzir alimentos saudáveis e combater as violências”, destacou a militante do MST.