Durante o governo Bolsonaro, o Brasil registrou forte alta no índice de insegurança alimentar e, em 2022, retornou ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Para se ter uma ideia, em novembro daquele ano, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Pensann) apontou, no Inquérito Nacional Sobre Insegurança Alimentar, que cerca de 33 milhões de pessoas não tinham o que comer e outras 125,2 milhões, a metade do país, até comem, mas não com quantidade e qualidade necessárias ou sentem incerteza quanto a continuarem comendo.
Esses dados ficaram evidentes a partir de imagens chocantes registradas entre 2021 e 2022 que mostravam pessoas, em diferentes lugares do país, fazendo filas em açougues para pegar ossos e carcaças de animais que seriam descartados ou procurando alimentos no lixo.
Este cenário, no entanto, está mudando aos poucos. Ao longo da campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou o combate à fome como uma de suas prioridades e brincou, em inúmeras ocasiões, que os brasileiros voltariam a "comer picanha".
De certa forma, a promessa já começou a ser cumprida: segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados na última sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços das carnes caíram 1,22% em fevereiro deste ano - maior queda dos últimos 15 meses.
A picanha foi corte de primeira que registrou a maior redução no preço: 2,63%. O filé mignon, por sua vez, teve baixa de 1,77% em seu valor, e espera-se que os preços caiam ainda mais nos próximos meses.
Nas redes sociais, consumidores vêm celebrando as quedas nos preços e divulgando imagens com os novos valores das carnes em prateleiras de supermercado. O próprio presidente Lula, durante entrega de unidades habitacionais do programa "Minha Casa, Minha Vida" em Rondonópolis (MT), no dia 3 de março, brincou com o assunto, perguntando se as pessoas repararam na queda do preço das carnes e pedindo ao ministro das Cidades, Jader Filho, que estava presente no evento, para que as próximas habitações populares tenham churrasqueiras.
Carrinhos cheios
Um vídeo que viralizou no Twitter nesta segunda-feira (13) ilustra bem esta mudança de cenário. Nas imagens, é possível ver dezenas de pessoas se esbaldando com carnes mais baratas em um supermercado. O registro foi feito na última sexta-feira (10) durante inauguração de uma unidade do mercado Mix Mateus, do Grupo Mateus, em Campina Grande (PB).
"Meu Deus! Acabou-se", diz uma mulher no vídeo, demonstrando estar impressionada com a quantidade de pessoas comprando carnes que, ao que tudo indica, estavam em liquidação.
O senador Humberto Costa (PT-PE) foi um dos que repercutiu a cena em suas redes sociais. "Com Lula, o Brasil saiu da fila do osso para entrar na fila da picanha. Faz o L!", escreveu.
Assista
Confira abaixo a porcentagem de queda nos preços de cada um dos cortes de carne em fevereiro, segundo o IBGE
- Picanha- 2,63%
- Fígado-2,50%
- Alcatra-2,50%
- Capa de filé-2,37%
- Costela-2,28%
- Filé mignon-1,77%
- Peito-1,74%
- Acém-1,43%
- Cupim-1,20%
- Músculo-1,19%
- Contrafilé-1,02%
- Chã de dentro-0,78%
- Patinho-0,73%
- Pá-0,53%
- Lagarto comum-0,10%