A polícia conseguiu esclarecer o assassinato da ex-modelo Aline Laís Lopes, de 34 anos. Ela foi encontrada asfixiada e com o corpo carbonizado, sábado (25), na chamada cracolândia em Cotia, Região Metropolitana de São Paulo.
A Delegacia Central de Cotia prendeu, nesta quarta-feira (1), uma mulher trans, de 24 anos, chamada Júlia, que estava foragida. Ela confessou ter participado do crime.
Ao ser interrogada, admitiu que, a pedido de Micheli de Andrade Ferraz, de 30 anos, que já está presa por idealizar e executar o assassinato, atraiu Aline até a cracolândia.
Ao chegar, as duas ofereceram drogas à vítima. Em seguida, Micheli teria usado uma corda para asfixiar Aline. Enquanto isso, Júlia imobilizava a ex-modelo, para que Micheli a estrangulasse até a morte.
Júlia afirmou, em seu depoimento, que Aline foi enforcada “até ficar roxa”. Com a confissão, a Polícia Civil solicitou à Justiça prisão temporária, de acordo com reportagem de Arthur Leal, em O Globo.
Nesta terça-feira (28), agentes policiais colheram depoimentos de familiares da vítima e de moradores do local frequentado por usuários de drogas. Estes últimos confirmaram que o crime foi arquitetado por Micheli. Ela foi definida como uma pessoa “cruel, maldosa e bastante possessiva” em relação ao companheiro, Paulo Lamartine Pereira Alexandria, de 34 anos.
A razão do crime seria o fato de que Aline, viciada em pedras de crack, estaria se relacionando com ele em troca de mais droga. A polícia também pediu a prisão de Alexandria.
Os outros envolvidos são Igor Santos Moraes, que teria ocultado o corpo, além de Júlia, com participação direta. Todos serão indiciados por homicídio qualificado e associação criminosa.
Vício no crack interrompeu carreira de modelo
Conforme informações de familiares de Aline, ela chegou a ingressar na carreira como modelo no passado. Porém, há cerca de seis anos, caiu no vício das drogas, especificamente crack. Ela tinha um filho de 1 ano e 4 meses, cuidado pela avó, pois passava grande parte do seu tempo na rua, pedindo dinheiro.
A irmã da ex-modelo disse aos policiais que ela sentia medo e era ameaçada por Micheli. A informação foi confirmada por outra testemunha, usuária que vive na cracolândia: “Aline entrava em pânico toda vez que via Michele, pois frequentemente era agredida por ela”.
Igor Santos Moraes, que recebeu a tarefa de ocultar o cadáver de Aline, declarou à polícia que fez o “serviço” em troca de duas pedras de crack.