Com pedaços de pau, tacos de beisebol, soco-inglês e sob escolta de homens armados, um grupo de bad-boys e lutadores de jiu-jitsu percorreram as ruas de Copacabana entre a noite de terça-feira (5) e a madrugada desta quarta-feira (6) para "caçar" menores infratores que cometem assaltos e pequenos delitos na região de classe média alta na zona sul do Rio de Janeiro.
IMAGENS FORTES: 8 bad boys espancam suposto ladrão em Copacabana; polícia investiga "justiceiros"
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Uma série de vídeos publicados nas redes sociais mostram a ação dos homens, combinada em grupos de WhatsApp, e percorreram as ruas em bando, todos vestidos de preto.
Uma das imagens mostra a tentativa de linchamento de um dos supostos assaltantes, que é agredido a socos e pauladas pelo grupo. A ação teria ocorrido em Botafogo, também na zona sul. Em outro vídeo, um homem aparece com a cabeça ensanguentada - veja ao final da reportagem (IMAGENS FORTES).
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Pelas redes, um dos homens convoca para a ação do grupo. "E ai, rapaziada de Copacabana? Qual vai ser? Vamos deixar os caras fazerem o que querem aqui no nosso bairro mesmo? Cadê a nossa rapaziada de 2015 que botou esses caras tudo pra correr?", indaga o rapaz, lembrando uma ação já ocorrida de "justiceiros" na região.
Professor e mestre em Jiu-Jitsu, Fernando Pinduka foi um dos que convocaram a ação em publicação divulgada no seu perfil no Instagram, com mais de 109 mil seguidores. Na postagem, ele classifica como "limpeza" a violência contra os menores infratores.
"Seria fantástico um engajamento das academias e de lutadores da localidade participando dessa ideia, abraçando o projeto de limpeza em Copacabana", escreveu.
A ação teria sido organizada após um assalto sofrido pelo empresário Marcelo Rubim Benchimol, que levou chutes e socos até desmaiar na Avenida Nossa Senhora de Copacabana ao tentar defender a personal trainer Natália Silva. O ataque aconteceu no sábado (2).
O portal G1, da TV Globo, teve acesso às trocas de mensagens nos grupo de WhatsApp, em que os autoproclamados "justiceiros" ser organizam em pelotões para "caçar" - como definem - quem promove assaltos na região.
No grupo, os participantes, a maioria moradores de classe média-alta da região, mostram soco-inglês, pedaços de pau, tacos e afirma que haverá "retaguarda de peça", em relação a grupos armados que dariam sustentação à ação.
“Eu vou partir assim, quebrar osso da cara. Deixar eles [SIC] pior do que eles deixaram o coroa”, disse um integrante do grupo União dos Crias mostrando um soco-inglês.
“Tô pensando em levar umas cordas e fita crepe também. Deixar esses vermes pelados na pista, amarrar uns no poste de exemplo e ‘crepar’ outros iguais múmia”, diz um dos participantes.
“É perder muito tempo isso, tem que arrebentar e sair saindo”, responde outro.
Veja prints das mensagens e abaixo os vídeos.