RESPONSABILIZAÇÃO

‘Choquei’ é investigada pelo crime de indução ao suicídio, diz polícia

Delegado responsável pelo caso da jovem Jéssica Canedo, que tirou a própria vida após uma onda de fake news envolvendo seu nome, disse que perfil é alvo em inquérito

Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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O delegado da Polícia Civil de Minas Gerais que preside a investigação sobre o caso da jovem Jéssica Canedo, de 22 anos, moradora do município de Araguari, no Triângulo Mineiro, que tirou a própria vida há uma semana, após ver seu nome envolvido numa onda de fake news de proporção nacional, disse que o perfil “Choquei” está sendo investigado pelo crime de indução ao suicídio, conforme o artigo 122 do Código Penal. O responsável pela página, Raphael Souza, já foi ouvido pela polícia.

Após uma montagem simulando um diálogo de Jéssica com o humorista Whindersson Nunes começar a circular nas redes, falsamente sugerindo que os dois, que sequer se conheciam, teriam um caso, o perfil da “Choquei” passou a ser acusado de ter “turbinado” a propagação da história falsa, publicando o caso em suas páginas, que têm alcance de milhões de seguidores.

“Para dar prosseguimento à investigação, que avalia o crime doloso de indução ao suicídio, estamos aguardando a aprovação do pedido de quebra de sigilo das contas das contas do veículo nas redes sociais. Também estamos avaliando quem serão as próximas pessoas interrogadas”, disse o delegado Felipe Monteiro, responsável pelo inquérito, à reportagem do diário carioca O Globo.

Conforme a afirmação de Monteiro, a quebra de sigilo dos perfis administrados pela “Choquei” também foi determinado, para que se apure com mais profundidade qual foi o papel da página em relação ao trágico caso que terminou na morte da jovem mineira.

Família quer justiça de qualquer forma

Os familiares de Jéssica Canedo já se manifestaram amplamente sobre a incessante busca por justiça que vão empreender a partir de agora. A moça já tinha gravado um vídeo implorando para que a mentira envolvendo seu nome parasse de ser veicula, assim como a mãe dela, que gravou imagens suplicando para que deixassem sua filha em paz, uma vez que a jovem já apresentava sinais de piora em sua saúde mental por conta do caso.

“A família, por meio do advogado, também tem interesse em instaurar um inquérito por crime contra a honra, que só pode ser solicitado pela família ou pela própria vítima. No entanto, ainda não recebemos uma ação efetiva dos familiares”, explicou a autoridade que preside o inquérito.