RIO DE JANEIRO

Caso Heloísa: Agentes da PRF viram réus pela morte de menina de 3 anos no Rio

Policiais vão responder por homicídio qualificado e fraude processual; MPF defende julgamento por júri popular

Viatura e base da Polícia Rodoviária Federal (PRF).Créditos: Divulgação/PRF
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Três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) viraram réus pela morte da menina Heloísa, de 3 anos, após decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro.

O órgão atendeu a pedido do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal (MPF), que afirmou que quer levar os oficiais a júri popular e espera que isso aconteça ainda no primeiro semestre de 2024. 

Os agentes Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viégas Pinheiro e Wesley Santos da Silva vão responder pelos crimes de prática de homicídio consumado, tentativa de homicídio e fraude processual. A Justiça também manteve o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de aproximação das vítimas.

Heloísa morreu no dia 16 de setembro deste ano, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça durante abordagem da PRF no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica, dia 7 de setembro.

Segundo o MPF, não há dúvidas de que os policiais decidiram, "em comunhão de desígnios e por vontade livre e desimpedida”, se aproximar do veículo e atirar contra ele

A procuradoria também protocolou ação no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) pedindo a prisão preventiva dos policiais.

Investigação

Logo após o crime, a polícia alegou que atirou no carro após ouvir barulhos de tiro e constatar que o veículo era roubado. A investigação, porém, mostrou que não havia nenhuma restrição ao veículo e existiam provas de que ele tinha sido comprado pelo valor de mercado.

A apuração também revelou que não houve abordagem policial ao motorista do veículo antes dos disparos, que ocorreram mesmo o pai de Heloísa, Willian de Souza,  tendo acionado a seta e se dirigido para o acostamento.