MISOGINIA DIGITAL

Após ataques a Janja, governo estuda plano para proteger mulheres nas redes sociais

Em live com o presidente Lula, a primeira-dama reforçou a importância da regularização das plataformas

Janja Lula.Créditos: Canal Gov
Escrito en BRASIL el

O governo federal anunciou que está estudando criar um plano de proteção às mulheres nas redes sociais. O anúncio foi dado por meio da primeira-dama, Janja, em live ao lado do presidente Lula, nesta terça-feira (19). Na transmissão, eles comentaram sobre o ataque hacker e misógino que Janja sofreu na última semana

“O governo está com uma proposta de um plano de combate à violência contra as mulheres nas redes digitais. Acho que a gente precisa focar um pouco nisso e vamos começar a discutir isso de uma forma mais forte”, disse a primeira-dama. 

No dia 11 de dezembro, Janja teve seu perfil no X (antigo Twitter) hackeado. Durante cerca de 1h, os invasores fizeram postagens machistas e de cunho sexual como se fossem a primeira-dama. 

“O que aconteceu na semana passada foi muito mais invasivo, eu não consigo nem te dizer. De manhã cedo, na terça-feira, eu passei quase a madrugada trocando senha de quase todas as minhas coisas por segurança”, conta.

Ela também ressaltou a importância da regularização das redes. "A gente precisa discutir a monetização dessas redes sociais, porque hoje não importa se é do bem ou do mal, eles ganham dinheiro”, afirmou.  

As redes sociais hoje, eu falo, estão acima de qualquer coisa, acima de regras, acima do famoso mercado, então eles estão flanando.

A primeira-dama também relatou a dificuldade que teve para ter acesso a um suporte que pudesse resolver seu problema. “Por conta de estar nesse lugar que eu estou, sou uma pessoa pública, foi tão difícil que o Twitter derrubasse, congelasse, a minha conta. E eu falo, por 1h30 o seu Elon Musk ficou muito mais milionário com aquele ataque. É essa que é a questão".

Janja também anunciou que vai processar a rede social X, mesmo que isso também seja outra dificuldade. “Eu não sei nem aonde processá-los, se eu processo no Brasil, se eu processo nos Estados Unidos, porque processá-los eu vou, de alguma forma. A gente fez uma pesquisa, tem muitas pessoas públicas que têm as suas contas invadidas [...] Então, a gente tem que, de alguma forma, responsabilizar essas plataformas e regulá-las. O problema não é só do Brasil, o problema é global”, explica.