DESABAFO?

Cariani dá explicação inacreditável sobre mensagem que dizia trabalhar no feriado para “fugir da polícia”

O empresário e influenciador se defende das acusações de tráfico de drogas e de golpe usando o nome de gigante farmacêutica

Renato Cariani.Créditos: Reprodução
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O empresário e influenciador bolsonarista Renato Cariani divulgou um vídeo de 20 minutos nas redes sociais nesta quinta-feira (14) para rebater as acusações pelas quais é investigado pela Polícia Federal e as matérias da imprensa que noticiam seu caso. Entre outras coisas, deu uma explicação inacreditável para a mensagem interceptada pela PF em que dizia a uma sócia que trabalharia no feriado para “fugir da polícia”.

Cariani foi alvo de buscas e apreensão na última terça (12) por conta da suspeita de que a Anidrol, empresa da qual é sócio, esteja envolvida no tráfico de entorpecentes e na fabricação de crack. Segundo a Polícia Federal, a empresa teria desviado material químico suficiente para produzir mais de 15 toneladas de crack e pasta base de cocaína.

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Após o escândalo, o influenciador bolsonarista se pronunciou nas redes sociais afirmando que não sabia que estava sendo investigado e que se surpreendeu com a investigação, que corria desde o ano passado. No entanto, segundo a PF, Cariani mostrava indícios de que tinha ciência que estava sendo investigado e que poderia até ter trabalhado para ocultar evidências.

"Poderemos trabalhar no feriado para arrumar de vez a casa e fugir da polícia (…) também precisamos arrumar o mapa da Civil, vão vir babando (…) Arrumar tudo pra esperar estes vermes", afirmou o influenciador e químico em conversa no WhatsApp com sua sócia.

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Mas no recente vídeo divulgado, ele diz que as mensagens se trataram simplesmente de um “desabafo” entre sócios.

“Quem tem empresa sabe o que é ser empresário no Brasil. Provavelmente, na semana seguinte [à troca de mensagens], nós teríamos uma fiscalização, uma auditoria do meio ambiente da Polícia Civil, que anualmente vai em indústrias fazer uma auditoria e renovar tua licença ambiental”, tentou explicar.

O bolsonarista, que é um dos maiores influenciadores fitness do mundo, também usou o espaço para colocar o print em dúvida. Ele dá a entender que talvez não tenha se referido aos federais como "vermes" e que, se o fez, estava em ambiente privado.

“Se esse print realmente é verídico, eu usei um termo totalmente inapropriado. Mas, gente, é uma conversa com dois sócios, é um desabafo. Às vezes, sem querer, você xinga um fiscal, você xinga um cliente ou um fornecedor”, concluiu.