ABSURDO

MG: Mulher morre em procedimento de retirada de DIU realizado por cardiologista

Pai da vítima acusou médico de “assassinato”; BO foi registrado e inquérito corre como “erro médico”

Imagem Ilustrativa.Créditos: Freepik
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Uma mulher de 32 anos morreu durante um procedimento para retirada de um Dispositivo Intrauterino (DIU) na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O caso ocorreu no último sábado (4) e o pai da vítima registrou um boletim de ocorrência (BO), afirmando que ela foi assassinada.

Jéssica Marques Vieira foi à clínica Med Center, no município de Matozinhos, para retirada do DIU, em um procedimento que deveria ser simples.

O DIU é um método contraceptivo e, como tal, sua retirada deve ser feita por um médico ginecologista ou capacitado para tal. No entanto, quem realizou o procedimento que vitimou Jéssica foi um cardiologista.

A mulher era paciente do cardiologista Roberto Márcio Martins de Oliveira desde 2011 por conta de um sopro no coração, considerando o profissional como um médico de confiança. Por isso, recorreu a ele para a realização do procedimento. Jéssica entrou no consultório às 7h e, segundo o BO, até às 9h30 o pai e o genro, que a acompanharam à clínica, não haviam recebido notícias suas.

Foi quando os parentes viram Jéssica sair do consultório em uma maca para ser levada à unidade de pronto atendimento (UPA) de Matozinhos. Segundo o pai, Lino Antônio Vieira, de 64 anos, contou ao G1, naquele momento ele viu que a filha já estava morta, pois estava pálida e com os lábios bem roxos.

No entanto, quando o pai perguntou ao médico se a filha havia morrido, ele negou. A confirmação da morte só chegou por volta das 14h30, quando um carro do Instituto Médico Legal (IML) chegou para levar o corpo. Jéssica foi enterrada no domingo (5).

Médico não tinha autorização para realizar procedimento

A Secretaria de Saúde da cidade de Matozinhos emitiu uma nota nesta quinta-feira (9) afirmando que a clínica Med Center não possui “permissão para operar procedimento ginecológico” e só está apta a realizar exames cardiológicos e primeiros socorros.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou inquérito policial para investigar o caso como possível "erro médico". Em nota, a corporação afirmou que “aguarda a finalização dos laudos periciais que subsidiarão as investigações que apuram as causas e as circunstâncias da morte da mulher”.